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quarta-feira, 24 de junho de 2015

História da Música Evangélica Brasileira: Causas e Contexto de sua origem!

História da Música Evangélica Brasileira:
Causas e Contexto de sua origem

DEDICATÓRIA
Dedico este Artigo ao meu grande avô – José Paiva de Oliveira. Um grande homem. Um grande cristão. Um exemplo. Foi este que dedicou, apresentou e entregou a vida de minha mãe nas mãos de Deus desde o ventre de minha avó. Por onde passava, um sorriso brilhava e levava a Palavra de Deus sem nem precisar mencioná-la. Como? Quem é de Deus mesmo é diferente! Quem é de Deus mesmo não precisa ficar falando "aos cotovelos" que é. Apenas é!

AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus por me estar dando forças nestes 25 anos de vida. Agradeço aos meus pais, que me doutrinaram no caminho do Senhor. Em relação à música, agradeço à minha mãe, que “me jogou” no meio. Como não falar em Música-Igreja-Solo-Coro sem citar o nome Debora Paiva? Meu exemplo! Minha diva! Meu ídolo! Agradeço à minha irmã que, com suas críticas silenciosas (ou apenas em suas gargalhadas), faz-me buscar fazer melhor. Agradeço à minha avó, a mais sensual e sexy de todas, que tem aturado este menino durante estes anos de vida. “Lá vem Faraó!”. Agradeço às pessoas que, sempre que puderam, deixaram-me cantar e me expressar do jeito que mais amo: tio Isaías, tia Ester, Sandro, tia Inês, tia Meire, Joás, Cristiane, pastor Dercinei e, claro, ao meu amigo e apoiador Ricardo.
 
Foto de Salvador de Sousa
PONTOS IMPORTANTES
Religião (por Dicionário Aurélio)
1. Culto prestado à divindade.
2. Doutrina ou crença religiosa.
3. O que é considerado como um dever sagrado.
4. Reverência, respeito.
5. Escrúpulo.
6. Comunidade religiosa que segue a regra do seu fundador ou reformador.
7. em religião:  como religioso.
8. religião do Estado:  aquela que o governo subvenciona.

Evangelho (por Dicionário Aurélio)
1. Doutrina de Cristo.
2. Cada um dos quatro livros principais que a encerram (o Evangelho de S.).
3. Parte do evangelho que se lê na missa.
4. Verdade indiscutível.
5. Doutrina tendente a regenerar a sociedade.
6. Conjunto de princípios por que um partido ou uma seita se dirige.
7. lado do Evangelho:  lado do altar que fica à esquerda dos assistentes.
8. levar o Evangelho a:  pregar e tornar conhecido o Evangelho em; evangelizar.
9. ordens de Evangelho:  ordens de diácono ordens de diácono.

O "VOCABULÁRIO CRISTÃO"

1. Apresentação: show, performance, concerto.
Ex.: Aline Barros faz apresentação. Alcione faz show.

2. Adoradores: cantores, artistas.
Ex.: Aline Barros é uma adoradora. Alcione é uma artista.

3. Secular: algo que não seja evangélico.
Ex.: Aline Barros canta músicas evangélicas. Alcione canta músicas seculares.


INTRODUÇÃO
Para entender como a Música Evangélica vem e fica no Brasil, faz-se necessário viajar para Portugal no reinado de D. João II, no século XV, onde este adotava uma nova política de centralização que hostilizava a nobreza. Medidas administrativas e judiciárias que aumentavam o poder de sua burocracia e, por conseguinte, enfraquecia a nobreza senhorial. A Monarquia consolida-se e, em 1485, D. João retoma o projeto da expansão ultramarina.

De forma bem simples, e por tópicos, explicarei como se deu a Expansão Marítima (As Grandes Navegações), visto que o intuito do presente Artigo é falar sobre a História da Música Evangélica e não do “nascimento” do Brasil Colônia:

“Lucros, império e fé combinaram-se!”
(WEHLING, Arno; WEHLING, Maria José. Formação do Brasil Colonial. Editora Nova Fronteira, São Paulo, 3ª edição, p. 38)

- escassez de ouro na Europa no século XV;
- busca de ouro em terras africanas;
- falta de cereais, como trigo;
- a batalha que resultou na conquista de Ceuta (1415);
- o espírito das Cruzadas;
- plano para atingir as Índias (1474);
- muçulmanos “barram” os portugueses de passarem pelo Mar Mediterrâneo;
- Diogo Cão descobre a foz do rio Zairo, no litoral da Angola;
- Bartolomeu Dias atravessa o cabo da Boa Esperança e atinge a passagem para o Oceano Índico (1488);
- descoberta da América por Cristóvão Colombo (1492);
- Vasco da Gama chega às Índias (Calecute), inaugurando a chamada Rota do Cabo (1498);
- No ano de 1500 é organizada a segunda viagem para Índia, sob comando do fidalgo da Ordem de Cristo Pedroalvarez de Gouvea, ou Pedro Alvares Cabral.

A Europa, nesta época, vivia uma “crise espiritual” devido ao decréscimo de fiéis na Igreja Católica. Como já era normal, nas embarcações sempre havia jesuítas. Em relação às viagens de expansão, o intuito era de converter os nativos (índios) para realimentar a máquina católica portuguesa. Vale ressaltar que esta queda de membros - e também um pouco do poder do Catolicismo - deu-se com o surgimento do Cristianismo, visto que este aceitava que pessoas ditas “normais” pudessem enriquecer, ao contrário daquele, que não aceitava o enriquecimento “alheio”.


DESENVOLVIMENTO
Estamos no Brasil Colônia! Religião “não existe”! O que há é um Sincretismo Religioso. Eram ideologias africanas, indígenas e portuguesas (que já era oriunda de uma fusão de outras ideologias) reunidas no Brasil. Uma forma de o senhor de engenho “ter os escravos nas mãos”. Ninguém era inocente e ignorante, como nossa vida acadêmica sempre nos ensina. Os donos de terra sabiam que era necessário fornecer certo “lazer” para os escravos, assim como os escravos sabiam de sua importância para os senhores e para o crescimento e desenvolvimento dos engenhos.

A religiosidade colonial também foi conhecida por ter sido muito falha, no fato de que os que pregavam, ensinavam as doutrinas e faziam os ritos relacionados à adoração a Deus eram do baixo clero, ou seja, pessoas totalmente mal preparadas e qualificadas.

Retrato de Hans Staden feito por H. J. Winkelmann, em 1664.
Em meio ao que foi dito na Introdução e nestes primeiros parágrafos do Desenvolvimento, tem-se um dos primeiros evangélicos a pisar no Brasil: o alemão Hans Staden. Nascido em 1525 na cidade de Homberg, foi um “aventureiro mercenário” do século XVI. Veio ao Brasil por duas vezes a fim de combater nas capitanias de Pernambuco (1547) e de São Vicente (1549). Em 1553, Tomé de Sousa concede a ele a função de artilharia no forte de Santo Amaro, com o intuito de combater os indígenas. No ano seguinte é capturado por Tupinambás, ficando nove meses preso. Lá, cantava Salmos e Cânticos, como o clássico Salmo 130 (Das profundezas clamo a Ti, Senhor!). E foi por causa da cantoria que se livrou da morte, visto que os índios gostavam. Além disto, “recitava trechos bíblicos e orava em voz alta”, deixando os índios amedrontados, adquirindo respeito e, por consequência desta convivência de medo e, depois, “amor”, aprendendo a língua deles. “Sendo solto, voltou para a Europa no dia 31/10/1554, chegando à Normandia em 20/02/1555”.

Outros Protestantes no Brasil
“Sobre a presença espanhola, sabemos que antes de Cabral passaram pela costa brasileiro Diego de Lepe e Vicente Pinzón. Pouco mais tarde os espanhóis procuraram uma passagem para o Pacífico pelo Sul do continente, visando chegar às ilhas Molucas. Achado o caminho com a expedição de Fernão de Magalhães (1519-1522), estabeleceram logo uma rota regular, que transformou o litoral brasileiro em ponto de apoio para seus navegadores e na qual exploravam também o pau-brasil.

A presença francesa no litoral brasileiro foi igualmente precoce. Sabemos que Binot de Gonneville aqui esteve em 1504, carregando pau-brasil, mas ele próprio indicou, em relato posterior, outros franceses que o haviam antecedido. Apesar da falta de documentos confiáveis, a atividade comercial dos franceses deve ter sido intensa, pois o governo português fez diversos protestos à corte francesa antes de 1516 e enviou ao Brasil, nesse ano, a expedição “guarda-costas” de Cristóvão Jacques.”
(WEHLING, Arno; WEHLING, Maria José. Formação do Brasil Colonial. Editora Nova Fronteira, São Paulo, 3ª edição, p. 46)

Como já mencionado, não só os portugueses estiveram no Brasil. Espanhóis, holandeses e franceses puseram seus pés aqui. Os cristãos franceses chegaram em uma esquadra com aproximadamente 600 pessoas no dia 10/11/1555. No dia 07/03/1557, já em uma esquadra com aproximadamente 300 pessoas, estavam 14 protestantes franceses ou, como eram chamados, huguenotes. Dentre estes 14, um pastor e um doutor em Teologia, enviados por João Calvino.


João Calvino
“Quando Lutero divulgou suas 95 teses, em 1517, o francês João Calvino (1509-1564) tinha 8 anos de idade. Além dos 26 anos que separam suas convicções, como teólogo e humanista, em um ambiente em que a unidade da Igreja já estava rompida. Ao contrário de Lutero, não foram tensões espirituais as responsáveis por sua adesão à Reforma, mas sim suas convicções intelectuais e a certeza de que a verdade redescoberta estava ao alcance de quem aceitasse busca-la. Por um tempo dividido entre a teologia, que o interessava diretamente, e o estudo do Direito, que frequentou durante dois anos por determinação do pai, após a morte deste, Calvino entregou-se integralmente aos estudos religiosos, do que resultou sua obra mais famosa, Instituição da religião cristã, publicada em 1536, quando ele tinha apenas 27 anos. O livro teve consagração imediata e promoveu o teólogo à posição de novo líder reformador. Escrito para ser compreendido fora dos círculos eruditos, o trabalho foi revisto pacientemente pelo autor até sua edição definitiva, em 1559.

Em seus debates doutrinários – e não apenas neles – Calvino mostrou-se um combatente incansável e impiedoso. Em Genebra, por exemplo, desenvolveu intensa campanha contra a prostituição, convencendo os magistrados a abrir algo como tabernas eclesiásticas, onde o consumo moderado de bebidas seria compensado com propaganda religiosa. A mudança desagradou imediatamente a população, que exigiu e obteve a reabertura das antigas tabernas. Quanto aos mais ricos, o reformador também tentou, sem sucesso, moderar seus hábitos de vida e consumo, mas encontrou forte resistência.

Em 1553, Calvino foi enfrentado pelo espanhol Miguel Servet, cuja obra atacava, diretamente, o livro Instituições da religião cristã. O “herege”, então em Viena, foi denunciado por Calvino, mas conseguiu fugir da prisão e, por razões jamais sabidas, seguiu para Genebra, onde acabou caindo nas mãos de Calvino. Por interseção do reformador, Servet foi preso, condenado e executado na fogueira, apesar da apelação do denunciante pela comutação da pena e sua transformação em uma “mais misericordiosa”, a decapitação...

Em meados do século XVI, o calvinismo já se firmara como principal corrente da Reforma Protestante e, quando seus adeptos – por conta da perseguição e resistência que sofriam – assumiram, cada vez mais, posições radicais, o movimento teve de enfrentar, com a mesma convicção, eclesiásticos da “velha” Igreja e governantes civis.”
[MICELI, Paulo. História Moderna. Editora Contexto, São Paulo, 2013, pp. 81-82]

No dia 10/03/1557 foi realizado o primeiro culto no Brasil, na Baía de Guanabara (RJ). Um dos hinos cantados foi o Salmo 5, de acordo com o disposto no Saltério Huguenote, hinário dos franceses. Porém, os portugueses interpretaram isto como uma tentativa de a França querer tomar o país. Os franceses foram mortos e, em 1567, totalmente expulsos.


Escultura que representa o Primeiro Culto.
"O desembarque no forte Coligny deu-se no dia 10 de março, uma quarta-feira. O vice-almirante recebeu o grupo afetuosamente e demonstrou alegria porque vinham estabelecer uma igreja reformada. Logo em seguida, reunidos todos em uma pequena sala no centro da ilha, foi realizado um culto de ação de graças, o primeiro culto protestante ocorrido nas Américas, o Novo Mundo. O ministro Richier orou invocando a Deus. Em seguida foi cantado em uníssono, segundo o costume de Genebra, o Salmo 5: “Dá ouvidos, Senhor, às minhas palavras”. Esse hino constava do Saltério Huguenote, com metrificação de Clement Marot e melodia de Louis Bourgeois, e até hoje se mantém nos hinários franceses. Bourgeois foi diretor de música da Igreja de Genebra de 1545 a 1557 e um dos grandes mestres da música francesa no século 16. A versão mais conhecida em português (“À minha voz, ó Deus, atende”) tem música de Claude Goudimel (†1572) e metrificação do Rev. Manoel da Silveira Porto Filho. Em seguida, o pastor Richier pregou um sermão com base no Salmo 27:4: “Uma coisa peço ao Senhor e a buscarei: que eu possa morar na casa do Senhor todos os dias da minha vida, para contemplar a beleza do Senhor e meditar no seu templo”. Após o culto, os huguenotes tiveram sua primeira refeição brasileira: farinha de mandioca, peixe moqueado e raízes assadas noborralho. Dormiram em redes, à maneira indígena. A Santa Ceia segundo o rito reformado foi celebrada pela primeira vez no domingo 21 de março de 1557."
[Daniele Pereira - Blog: www.ipesperanca.blogspot.com.br ]

Em 1630, há a chegada dos holandeses no nordeste, tendo permanecido até 1654, quando foram expulsos pelos portugueses. Eles fundaram 22 congregações da Igreja Reformada no Brasil, ficando todas, a princípio, sob jurisdição do Presbítero de Amsterdã.


Não há registros de atividades protestantes no Brasil no século XVIII (1700-1799). Uma das prováveis causas é a presença do Santo Ofício da Inquisição, que tinha como um dos objetivos extinguir protestantes, considerados hereges.

“Às vezes, a vida cotidiana da colônia parecia estar irreversivelmente demonizada. Na mentalidade popular, delineava-se, nítida, a visão do inferno. O Compêndio Narrativo do Peregrino da América, que coletou inumeráveis tradições populares em voga no primeiro quartel do século XVIII, ficou a imagem de um dos infernos possíveis: um inferno semelhante ao que as populações européias tinham em seu acervo imaginário, e que eruditos da Baixa Idade Média incorporavam à demonologia.”
[SOUSA, Laura de Mello. O diabo e a terra de Santa Cruz. Companhia das Letras: São Paulo, pp. 144-145] 

Cerimônia de beija-mão na Corte de D.João VI, Brasil
Século XIX
“D. Maria de Portugal (a Rainha louca): Rainha de Portugal desde 1777, porém, devido a problemas de saúde, a regência do Reino é assumida por seu herdeiro, Dom João. Foi alcunhada de Maria, a Louca por conta das célebres crises de alucinação em público. Extremamente católica, assim como toda a Família Real, Maria I chegou ao Brasil em 1808 contra a própria vontade. Inúmeros são os relatos de sentimento de estranheza por parte dos brasileiros à Rainha.

D. João VI (o príncipe Medroso): Dom João assumiu a regência do Reino no lugar da mãe, Dona Maria, que padecia de problemas psicológicos. Em meio às crises conjugais com a esposa, Carlota Joaquina, (resultado de um casamento que revela-se meramente político) Dom João tem o desafio de transferir a Coroa para os Trópicos e mantê-la estável e assegurar o domínio sobre a nobreza.

Napoleão Bonaparte: O "Vendaval que varreu a Europa", Napoleão Bonaparte subjugou grande parte do "Velho Continente" durante seu temido reinado. O ex-general, ao decretar o Bloqueio comercial à Inglaterra, impulsionou a transferência da Corte para o Brasil.

Carlota Joaquina: Mulher de D. João. Casaram-se por interesse de suas famílias. Tinha a fama de ser muito feia, possuía um gênio muito forte e pretendia sempre impor suas vontades.”
[GOMES, Laurentino. 1808: Como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a História de Portugal e do Brasil. Editora Planeta, 2007. Release.]

Afim de não ficar cansativo, colocarei os datas e acontecimentos.

1808: o monarca português D. João VI e sua comitiva chegam ao Brasil.
10/02/1810: assina o ‘Tratado de Aliança e Amizade e Comércio e Navegação’, o que contribuiu para o estabelecimento do culto protestante no Brasil. Com este tratado, foi permitido aos ingleses realizarem seus cultos anglicanos na colônia de Portugal.
1820: outros imigrantes ingleses chegam ao Brasil e vão morar em Nova Friburgo (RJ).

07/09/1822: Independência do Brasil
Novos imigrantes ingleses no Brasil, encorajados pela Independência.
??/??/1824: chega ao Brasil o presbítero Friedrich Oswald Sauerbronn, que pastoreou por 40 anos Nova Friburgo.


1858: chega ao Brasil a ‘Igreja Congregacional’.
1861: lançamento do primeiro hinário evangélico brasileiro ‘Salmos e Hinos’.
"Tendo vindo ao Brasil em 10 de maio de 1855, o recém-chegado casal Dr. Robert e Miss. Sarah Kalley logo fundou a Igreja Evangélica Fluminense e Pernambucana - primeiras atividades da Igreja Evangélica em língua portuguesa no Brasil. Não poderia ser diferente... Nossa Igreja Congregacional tem os Salmos e Hinos como sua coletânea oficial de cânticosO Hinário foi publicado em 1861 com 50 cânticos (18 Salmos e 32 Hinos), e manuseado,  pela  primeira vez, em 17 de Novembro de 1861 - seis anos depois da chegada do casal ao Brasil.  Naquela oportunidade foi cantado o hino nº 609 (Convite aos Meninos), cuja autoria é atribuída à Sarah Kalley. Esta coleção foi a primeira coletânea de Hinos Evangélicos em língua portuguesa, organizada no Brasil. Vinte e um anos foi quanto durou o ministério do casal abençoador do povo brasileiro da época e, como foi transmitido através do Espírito Santo de Deus, perdura até nossos dias (150 anos depois), e continuará - uma vez que se trata da Palavra de Deus - entoada nos cânticos. Em sua 2ª edição, no ano de 1865, já continha 83 cânticos. Nas edições posteriores foram sendo acrescentados diversos hinos – tanto que em 1919 já contava com 608 músicas, cuja edição foi organizada pelo Dr. João Gomes da Rocha, que foi o principal responsável pela publicação daquela coletânea. Nosso Hinário contém melodias de diversas origens como BrasileiraPortuguesaAlemãAustríacaEspanholaFrancesaInglesaAmericana, dentre outras. Ele apresenta uma diversidade que o torna ainda mais rico do ponto de vista musical. Em meados do século XX o Hinário passou por uma importante revisão realizada por uma equipe de especialistas em música, tornando a coletânea ainda mais funcional para ser utilizada em nosso dia-a-dia, com a sua textualidade de versos aprimorada. Graças damos a Deus por homens mulheres que trabalharam desde o início até agora para a preservação do nosso Salmos e Hinos. É certo que o Senhor a muitos já chamou. A nós cabe preservarmos este tesouro musical e poético. Os Salmos e Hinos foi, inclusive, usado como primeiro Hinário por diversas denominaçõesAtualmente, no seu aniversário de 150 anos (17/11), e com 677 Cânticos, é considerada uma das mais belas coleções de Hinos já produzida para o Cristão-protestante do Brasil. Hoje está na sua 5ª edição, e contém 28 Salmos622 Hinos 27 Coros."

1862: chega ao Brasil a ‘Igreja Presbiteriana’.
Primeira Igreja Presbiteriana do Brasil, localizada no Rio de Janeiro.
1864: fundado o primeiro jornal evangélico no Brasil (Imprensa Evangélica), pelo presbiteriano Ashbel Green Simonton.
Ashbel Green Simonton
01º/01/1886: fundado, pelo missionário J.J. Ranson, o jornal ‘Expositor Cristão’. Além deste, foi fundado por Zacarias Taylor o jornal ‘Echos da Verdade’.
1871: chega ao Brasil a ‘Igreja Metodista’ e a ‘Igreja Batista’.
1887: surgimento do gramofone.
1889: criado o jornal ‘O Puritano’.
1890: chega ao Brasil a ‘Igreja Episcopal’.
1892: criado os jornais ‘O Cristão’ e ‘O Estandarte’.
1894: criado o jornal ‘As Boas Novas’, por Salomão Luiz Ginsburg.

Século XX
1901: a primeira gravação de uma música evangélica, em SP. Um irmão chamado José Celestino de Aguiar reuniu seus familiares e os do reverendo Bellarmino Ferraz e formou um coral a quatro vozes, que gravou o hino ‘Se nos cega o sol ardente’, do ‘Salmos e Hinos’, primeiro hinário evangélico brasileiro, cuja primeira edição surgiu em 1861. José D’Araújo Coutinho Junior (Agudos-SP) foi o responsável por raspar a cera de um cilindro usado, gravando, assim, a música do coral.


1902: primeira gravação de uma música secular, feita em cilindro.

1910: discos de 78 rpm são adotados pelas gravadoras.


Rua Siqueira Mendes, 79 - Belém do Pará
Local onde a partir de 1911 forma realizados os primeiros cultos da Assembléia de Deus.


07/09/1922: primeira transmissão radiofônica, feita no RJ, então capital do Brasil.

26/05/1929: primeira transmissão de um programa evangélico, através da Rádio Club do Brasil (RJ). Feita pelo reverendo Rodolfo Hasse, da Igreja Luterana, que conseguiu 30 minutos.



1939: televisão no Brasil.

1948: lançamento do LP (Long Player) pela gravadora norte-americana Columbia Records. Era feito de vinil, plástico mais resistente, mais leve, cabia mais músicas, tinha 33 1/3 de RPM e era de melhor qualidade sonora. Logo, veio o toca-discos. Lançamento da primeira gravadora evangélica no Rio de Janeiro, a Gravadora Atlas (Departamento de Rádio e Gravações do Serviço Noticioso Atlas). Seu primeiro lançamento foi o segundo trabalho de Feliciano Amaral.


1949: surgimento do compacto vinil e surgimento as primeiras capas personalizadas no Brasil.

1950: inauguração da ‘TV Tupi’ de São Paulo, pelo jornalista Assis Chateaubriand. Inaugurada a segunda gravadora evangélica brasileira, a CAVE (Centro Áudio-Visual Evangélico), na cidade São Paulo-SP.
1951: lançamento do primeiro LP brasileiro ‘Carnaval em long player’.
1952: inauguração da ‘TV Paulista’.
1953: inauguração da ‘TV Record de São Paulo’.
1955: inauguração da ‘TV Rio de Janeiro’ e da ‘TV Itacolomi de Belo Horizonte’.
1957: criação da terceira gravadora evangélica, Louvores do Coração, de Jônathas de Freitas.

1958: lançamento do primeiro LP brasileiro evangélico – Luiz de Carvalho ‘Boas Novas’. A gravadora CAVE muda-se para a cidade de Campinas-SP.


Capa e Contra Capa do Primeiro LP Evangélico Brasileiro
Luiz de Carvalho - Boas Novas - 1958 - Gravadora Califórnia

1959: inauguração da ‘TV Excelsior’ de São Paulo. Em fevereiro, é inaugurada a gravadora Califórnia, pelo compositor Mário Vieira. Criado o periódico ‘Louvor Perene’.

1960: inauguração das ‘TV Paranaense’, ‘TV Cultura de São Paulo’ e ‘TV Itapoá de Salvador-BH’.

1961: lançado o primeiro livro sobre a história da música evangélica “Música Sacra Evangélica no Brasil”. Editora Kosmos. Autora: Henriqueta Rosa Fernandes.



1962: inauguração da ‘TV Gaúcha’.
1968: criação da gravadora Estrela da Manhã, de Matheus Iensen.

1970: inauguração da ‘TV Gazeta de São Paulo’
19/02/1972: televisão a cores chega ao Brasil.
1975: inauguração da ‘Rede OM de Londrina-PR’ e ‘TVS Rio’.
1979: inauguração da ‘TV Campinas’.

1987: os primeiros CDs seculares “chegam” ao Brasil. Criação da gravadora evangélica MK Publicitá (hoje MK Music).
27/07/1989: Marina de Oliveira apresenta-se no Canecão, sendo a primeira cantora evangélica a se apresentar nesta casa de shows.

1990: os primeiros CDs evangélicos “chegam” ao mercado.
1992: criação da gravadora evangélica Line Records.
1995: os CDs invadem o mercado mundial.


PANORAMA GERAL - CONCLUSÃO
Anos 1950:
“Ao contrário do que se possa imaginar, os evangélicos produziram muita música de boa qualidade, seja nas letras, no vocal ou na parte instrumental. Gravaram nos melhores estúdios da época, como por exemplo, a RCA Victor, Odeon e Continental. Contaram com maestros e o profissionalismo de cantores e músicos evangélicos, muitos dos quais formados na área e professores do curso de música de escolas e universidades.”
(SOUSA, Salvador. História da Música Evangélica no Brasil. Editora Ágape, São Paulo, 2011, p. 33)

- Apesar da existência de rock and roll e twist, as músicas eram mais suaves, vide a postura mais conservadora, além do estilo seresteiro, quase que predominante em todos os cantores evangélicos desta geração.
- Música evangélica muito influenciada pela música clássica.
- As gravações mais comuns são cânticos de hinários como ‘Salmos e Hinos’ e ‘Cantor Cristão’.

Anos 1960:
- Cantores começam a gravar músicas no estilo guarânia, marcha, country e valsa, além da pouca presença de samba, chorinho e bossa nova, analisados apenas em discos do cantor Silvinho.
- Instrumentos mais utilizados: harpa, órgão, piano e sanfona (ou acordeon, acordeão e gaita – dependendo da região brasileira).
- Instrumentos quase não utilizados: bateria, guitarra, violão e percussão.

Anos 1970:
“Em suma, foi um período bastante fértil na música evangélica brasileira e, possivelmente, muito rentável. Vale ressaltar que a população de evangélicos, no início desta década, segundo o IBGE, ultrapassava três milhões de pessoas.”
(SOUSA, Salvador. História da Música Evangélica no Brasil. Editora Ágape, São Paulo, 2011, p. 51)

“Mesmo havendo diversas emissoras de TV, os evangélicos ficaram longe de sua programação. Aliás, muitas igrejas combateram esse veículo de comunicação e até proibiram seus membros de comprarem aparelhos ou assistirem seus programas.”
(SOUSA, Salvador. História da Música Evangélica no Brasil. Editora Ágape, São Paulo, 2011, p. 52)

- considerada a época mais diversificada.
- ritmos explorados: guarânia, chorinho, sertanejo, rock, blues, jazz, country, western, bolero, tango, valsa, marcha etc.
- início da gravação de álbuns instrumentais e infantis.

Anos 1980:
- Nesta época, a música evangélica internacional já estava em alta. A influência é notória. Muitos de nossos cantores fizeram suas versões de milhares de músicas de consagrados nomes do exterior, como Sandi Patty, Amy Grant e Michael W. Smith. Os campeões de versões são Marina de Oliveira, Cristiane Carvalho, Cristina Mel e Grupo Prisma Brasil.
- fase rica em ritmos nacionais, como: xote, milonga, frevo, vanerão, pagode de viola, repente, coco de roda, xaxado, ciranda, pagode, catira, bumba-meu-boi e folia de reis.
- ritmos internacionais muito utilizados: bolero, guarânia, valsa, rock, country e blues.

Anos 1990:
“De repente pareceu que as pessoas do mundo, curiosas e admiradas, descobriram que os evangélicos eram capazes de produzir uma música interessante, moderna, contextualizada e de boa qualidade.”
(SOUSA, Salvador. História da Música Evangélica no Brasil. Editora Ágape, São Paulo, 2011, p. 133)

- considerado por muitos como o Apogeu da Música Gospel Brasileira.
- ritmos mais utilizados: axé music, black music, bossa nova, country, forró, funk carioca, instrumental, louvor e adoração, metal, MPB, Pentecostal, pop, rap, reggae, regional, rock, sacro, samba, pagode e sertanejo.

Anos 2000:
“Comparando a música desse período com os anteriores, não se pode afirmar categoricamente, em termos gerais, que foi superior às demais décadas, ou que produziu avanços mais significativos, ou até mesmo que tenha quebrado maiores barreiras. Realmente continuamos acompanhando as tecnologias de gravação e divulgação, mas por outro lado parece que regredimos em relação à qualidade das letras, variedade de ritmos e aspectos culturais.”
(SOUSA, Salvador. História da Música Evangélica no Brasil. Editora Ágape, São Paulo, 2011, p. 262)

- alta projeção na mídia.
- a dita ‘música comercial’ chegou ao meio gospel.
- há o esquecimento das outras décadas, privilegiando apenas o presente.
- fase em que a expressão ‘ministério de louvor e adoração’ tornou-se sinônimo de vendas.
- música evangelística em baixa.
- crescimento na gravação de álbuns Ao Vivo.
- ritmos mais utilizados: axé music, black music, country, forró, funk carioca, louvor e adoração, metal, MPB, Pentecostal, pop, rap, reggae, regional, rock, sacro, samba, pagode e sertanejo.


BIBLIOGRAFIA
AMARAL, Daniel. Música e Teologia: a música evangélica brasileira. Origem, apogeu e futuro. Fonte Editorial, São Paulo: 2012.
GOMES, Laurentino. 1808: Como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a História de Portugal e do Brasil. Editora Planeta, São Paulo: 2007.
FERNANDES, H.R. Música Sacra Evangélica no Brasil. Editora Kosmos. 1961.
MICELI, Paulo. História Moderna. Editora Contexto, São Paulo: 2013.
SOUSA, Laura de Mello. O diabo e a terra de Santa Cruz. Companhia das Letras: São Paulo.
SOUSA, Salvador. História da Música Evangélica no Brasil. Editora Ágape, São Paulo: 2011
WEHLING, Arno; WEHLING, Maria José. Formação do Brasil Colonial. Editora Nova Fronteira, São Paulo.

SITES
http://www.ipesperanca.blogspot.com.br
http://www.missoesdealtorisco.blogspot.com.br
http://www.uhccentrocg.blogspot.com.br

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Autor do Artigo: Raphael Paiva
(Acadêmico em História | Criador do Blog | Professor de Inglês | Responsável pela correção Ortográfica)

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TITANIC: O Pseudo Acidente!?

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Trabalho sobre 'Movimento Negro Brasileiro'! [Resenha]