TÍTULO:
A “REVOLUÇÃO NEOLÍTICA” NA BAIXA MESOPOTÂMIA
OBRA:
O Templo, o Palácio e o Pequeno Produtor Na Baixa Mesopotâmia
Pré-Sargônica
RIO DE JANEIRO
2019
RESENHA “O TEMPLO, O PALÁCIO E O PEQUENO PRODUTOR NA BAIXA
MEOSPOTÂMIA PRÉ-SARGÔNICA”
BOUZON, Emanuel - O Templo, o Palácio e o Pequeno Produtor Na Baixa
Mesopotâmia Pré-Sargônica, Phoinix, Rio de Janeiro, 4: 137-158, 1998.
1. A “REVOLUÇÃO NEOLÍTICA” NA BAIXA MESOPOTÂMIA
Estamos entre os VII e VI milênios a.C., no sul da Baixa
Mesopotâmia, em um lugar chamado CRESCENTE FÉRTIL. O homem vivia livremente, de
um lugar para o outro, ou seja, era NÔMADE, vivendo da CAÇA e PESCA de animais.
Mas, em um determinado tempo, ele começa a analisar que os restos dos alimentos
jogados ao chão tornavam-se novos alimentos, surgindo, assim, a AGRICULTURA e,
por conseguinte, a PECUÁRIA.
A princípio, as aglomerações eram denominadas
SEMI-PERMANENTES, nas quais vivia-se um tempo caçando e em outro pela
Agricultura. Isso ocorria, pois, nos momentos após as cheias dos RIOS TIGRE E
EUFRATES, ficava um tipo de limo na terra que eles tinham que remover. Porém, a
partir de uma análise temporal, eles perceberam que este limo (chamado ALUVIÃO)
era fértil e começaram a espalhar. Surge, então, as AGLOMERAÇÕES PERMANENTES.
Para não ter que ficar subindo e descendo as montanhas
durante os períodos de cheias e secas dos rios, eles começaram a criar CANAIS DE
DRENAGEM, irrigação artificial, grandes tanques reservatórios, canais para
escoar a água e, finalmente, eles descem das montanhas do sul da Baixa
Mesopotâmia para as planícies do sul da Baixa Mesopotâmia, formando, assim,
as COMUNIDADES ALDEÃS, ou seja, eis a REVOLUÇÃO NEOLÍTICA: o homem de caçador para
produtor de seus alimentos; deixa de ser nômade e passa a ser SEDENTÁRIO
(PROCESSO DE SEDENTARIZAÇÃO).
As comunidades aldeãs eram bem simples: eram formadas por
algumas famílias nucleares (pais e filhos). As casas, no início, eram no
formato CIRCULAR, o que, depois de uma análise, eles perceberam que não era
bom, pois, caso a família crescesse, não tinha como aumentá-la. Logo, eles
formularam casas em formato RETANGULAR: casas com 24 a 35 metros quadrados,
vários cômodos, local para armazenar os alimentos (SILOS), podia acrescentar
cômodos. Elas eram feitas de blocos de argila e palha e, mais tarde, com
TIJOLOS feitos à mão. As casas podiam ser feitas abertas ou tipo COLMÉIA, onde
se entra pelo TERRAÇO.
Além disso, surge nesta época a prática da TECELAGEM e da
CERÂMICA. Todos eram iguais; todos faziam tudo; crianças, homens, mulheres,
idosos faziam/participavam de todas as atividades. Até os animais eram para
todos igualmente, animais estes que serviam como comida, ajudavam na Agricultura,
alguns forneciam fibras têxteis (como a lã) e outros forneciam leite e seus
derivados. Daí surge uma certa INDUSTRIA TÊXTIL, visto que eles usavam para
proteger os alimentos e as casas e, mais tarde, descobriram que os tecidos
evitavam a perda de calor do corpo.
A Economia tinha base AGRO-PASTORIL e era de SUBSISTÊNCIA, ou
seja, tudo que era produzido era consumido por eles. Ninguém era melhor que
ninguém, ou seja, eram todos iguais. No máximo, havia o homem mais velho de
cada família (o ANCIÃO) que servia, não como líder/rei, e sim como o patriarca
da casa, para mostrar que tinha alguém tomando conta. Quando este morria,
tomava lugar o segundo homem mais velho da família nuclear.
Fatores predominantes e importantes das Comunidaes Aldeãs:
- Descobriu-se a AGRICULTURA e a PECUÁRIA, fazendo, por
conseguinte, com que houvesse uma MELHORA NA SAÚDE, visto que se começa a comer
melhor ao ponto que deixa de comer cru, através do PROCESSO DE COZINHAMENTO.
- Desenvolveu-se novas e modernas técnicas de IRRIGAÇÃO e
DRENAGEM para momentos de cheias e secas nas planícies.
- Mudou-se o formato das moradias para melhor acomodação.
- Descobriu-se a TECELAGEM e a CERÂMICA.
- Descobriu-se a FERTILIDADE DO ALUVIÃO.
Estes fatores tiveram como consequência MIGRAÇÕES para este
local.
Percebeu-se, também, que se podia produzir mais em menores espaços.
As migrações começaram a ocorrer vagarosamente e, a princípio, a acomodação dos
novos membros foi “aceita”. Porém, ao longo do tempo, as COMUNIDADES ALDEÃS não
conseguiram mais suportar a quantidade de pessoas. Tornou-se necessário um novo
modo de aglomeração que abranjesse todos. Surge, com isto, as CIDADES.
Esta foi a REVOLUÇÃO NEOLÍTICA, suas causas e suas
consequências.
2. O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO NA BAIXA MESOPOTÂMIA
Agora estamos no período Uruk IV, no sul da Baixa
Mesopotâmia, onde ocorrem migrações para este local devido à REVOLUÇÃO
NEOLÍTICA, suas causas e consequências. Com estas migrações, tornou-se
necessária a formação de um novo tipo de “local” que colocasse as tantas
pessoas, surgindo, assim, as CIDADES. Transfigurou-se, também, alguém que pudesse
tomar conta de toda a região. Surge, assim, o TEMPLO. Eis que se dá o PROCESSO
DE URBANIZAÇÃO.
As CIDADES eram bem diferentes das COMUNIDADES ALDEÃS. De
início, já analisamos o surgimento das ESPECIALIDADES, fazendo com que
ocorresse a HIERARQUIZAÇÃO da sociedade. A partir desde ponto, começa a
diferença entre aqueles que têm especialidades daqueles que fazem a Agricultura
funcionar.
A Economia continuou com a mesma base AGRO-PASTORIL, com a
adição de PRODUTOS MANUFATURADOS feitos pelos especialistas, com a busca/visão
de mais campos de negócio, ou seja, mais TROCAS COMERCIAIS.
As COMUNIDADES ALDEÃS não acabaram. Elas se tornaram tributárias
das CIDADES, devendo produzir alimentos para eles e para as CIDADES,
terminando, assim, com a ECONOMIA DE SUBSISTÊNCIA. Nasce, daí, a ideologia de
que tudo que se ligava à natureza (cheias, secas, fertilidade etc) era benção
ou maldição das divindades. Logo, quem assume a total administração das terras
são o TEMPLO e seu representante, o SACERDOTE, que tinha com função ligar o
homem às divindades. Os TEMPLOS ficavam em local propício: no centro da CIDADE,
de onde tudo podia ser visto.
Outras cidades importantes surgiram no período Uruk III, como
Ur, Nippur e Lagas. É neste período que o PROCESSO DE URBANIZAÇÃO é totalmente
massificado e “toma conta” de qualquer CIDADE.
Após algum tempo, surgiu outro tipo de organização que
tomaria o lugar do TEMPLO nos sentidos social, político e econômico: o PALÁCIO,
tendo como representante um REI/MONARCA. O PALÁCIO começa a ter mais
representatividade que o TEMPLO, visto que ele possuía a Força Militar
(proteção das CIDADES) ao seu lado. O TEMPLO não perdeu tempo e ficou junto com
o PALÁCIO.
Em relação à ALIMENTAÇÃO, tudo funcionava por um complexo
PROCESSO DE REDISTRIBUIÇÃO, que se iniciava e terminava nele, onde ficavam os
SILOS.
Eis acima o PROCESSO DE URBANIZAÇÃO, com sua causa (grandes
migrações para o sul da Baixa Mesopotâmia) e suas variadas consequências:
- Hierarquização das CIDADES;
- Surgimento das especialidades;
- Surgimento da ESCRITA (ponto que marca definitivamente a
divisão social, junto com as especialidades);
- Surgimento do TEMPLO e do PALÁCIO;
- Fabricação de Produtos Manufaturados;
- As COMUNIDADES ALDEÃOS não acabam; elas se tornam
tributárias das CIDADES;
- O TEMPLO administra as terras.
3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BOUZON, Emanuel – O Templo, o Palácio e o Pequeno Produtor Na
Baixa Mesopotâmia Pré-Sargônica, Phoinix, Rio de Janeiro, 4: 137-158, 1998.
FONTE DAS FOTOS UTILIZADAS:
I. Civilização Mesopotâmica
II. Alterações
climáticas e o aprimoramento de habilidades permitiram a chamada “Revolução
Neolítica”.
III. Reconstrução de uma casa de Çatalhüyük, um
assentamento neolítico na Anatólia que data de cerca de 7 000 a.C.
IV. HERRAMIENTAS DE LA PREHISTORIA
V. Revolução
Neolítica Contexto
VI. A revolução
neolítica
VII. Primeiras Aldeias
Mesopotâmicas
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AUTOR DO ARTIGO| Raphael Paiva
(Criador do Blog | Professor de História e Inglês | Responsável pela correção Ortográfica)
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