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terça-feira, 11 de junho de 2019

A "Revolução Neolítica' e o Processo de Urbanização na Baixa Mesopotâmia [RESENHA]

TÍTULO:
A “REVOLUÇÃO NEOLÍTICA” NA BAIXA MESOPOTÂMIA



OBRA:
O Templo, o Palácio e o Pequeno Produtor Na Baixa Mesopotâmia Pré-Sargônica



RIO DE JANEIRO
2019













RESENHA “O TEMPLO, O PALÁCIO E O PEQUENO PRODUTOR NA BAIXA MEOSPOTÂMIA PRÉ-SARGÔNICA”

BOUZON, Emanuel - O Templo, o Palácio e o Pequeno Produtor Na Baixa Mesopotâmia Pré-Sargônica, Phoinix, Rio de Janeiro, 4: 137-158, 1998.


1. A “REVOLUÇÃO NEOLÍTICA” NA BAIXA MESOPOTÂMIA
Estamos entre os VII e VI milênios a.C., no sul da Baixa Mesopotâmia, em um lugar chamado CRESCENTE FÉRTIL. O homem vivia livremente, de um lugar para o outro, ou seja, era NÔMADE, vivendo da CAÇA e PESCA de animais. Mas, em um determinado tempo, ele começa a analisar que os restos dos alimentos jogados ao chão tornavam-se novos alimentos, surgindo, assim, a AGRICULTURA e, por conseguinte, a PECUÁRIA.

A princípio, as aglomerações eram denominadas SEMI-PERMANENTES, nas quais vivia-se um tempo caçando e em outro pela Agricultura. Isso ocorria, pois, nos momentos após as cheias dos RIOS TIGRE E EUFRATES, ficava um tipo de limo na terra que eles tinham que remover. Porém, a partir de uma análise temporal, eles perceberam que este limo (chamado ALUVIÃO) era fértil e começaram a espalhar. Surge, então, as AGLOMERAÇÕES PERMANENTES.

Para não ter que ficar subindo e descendo as montanhas durante os períodos de cheias e secas dos rios, eles começaram a criar CANAIS DE DRENAGEM, irrigação artificial, grandes tanques reservatórios, canais para escoar a água e, finalmente, eles descem das montanhas do sul da Baixa Mesopotâmia para as planícies do sul da Baixa Mesopotâmia, formando, assim, as COMUNIDADES ALDEÃS, ou seja, eis a REVOLUÇÃO NEOLÍTICA: o homem de caçador para produtor de seus alimentos; deixa de ser nômade e passa a ser SEDENTÁRIO (PROCESSO DE SEDENTARIZAÇÃO).

As comunidades aldeãs eram bem simples: eram formadas por algumas famílias nucleares (pais e filhos). As casas, no início, eram no formato CIRCULAR, o que, depois de uma análise, eles perceberam que não era bom, pois, caso a família crescesse, não tinha como aumentá-la. Logo, eles formularam casas em formato RETANGULAR: casas com 24 a 35 metros quadrados, vários cômodos, local para armazenar os alimentos (SILOS), podia acrescentar cômodos. Elas eram feitas de blocos de argila e palha e, mais tarde, com TIJOLOS feitos à mão. As casas podiam ser feitas abertas ou tipo COLMÉIA, onde se entra pelo TERRAÇO.


Além disso, surge nesta época a prática da TECELAGEM e da CERÂMICA. Todos eram iguais; todos faziam tudo; crianças, homens, mulheres, idosos faziam/participavam de todas as atividades. Até os animais eram para todos igualmente, animais estes que serviam como comida, ajudavam na Agricultura, alguns forneciam fibras têxteis (como a lã) e outros forneciam leite e seus derivados. Daí surge uma certa INDUSTRIA TÊXTIL, visto que eles usavam para proteger os alimentos e as casas e, mais tarde, descobriram que os tecidos evitavam a perda de calor do corpo.

A Economia tinha base AGRO-PASTORIL e era de SUBSISTÊNCIA, ou seja, tudo que era produzido era consumido por eles. Ninguém era melhor que ninguém, ou seja, eram todos iguais. No máximo, havia o homem mais velho de cada família (o ANCIÃO) que servia, não como líder/rei, e sim como o patriarca da casa, para mostrar que tinha alguém tomando conta. Quando este morria, tomava lugar o segundo homem mais velho da família nuclear.

Fatores predominantes e importantes das Comunidaes Aldeãs:
- Descobriu-se a AGRICULTURA e a PECUÁRIA, fazendo, por conseguinte, com que houvesse uma MELHORA NA SAÚDE, visto que se começa a comer melhor ao ponto que deixa de comer cru, através do PROCESSO DE COZINHAMENTO.
- Desenvolveu-se novas e modernas técnicas de IRRIGAÇÃO e DRENAGEM para momentos de cheias e secas nas planícies.
- Mudou-se o formato das moradias para melhor acomodação.
- Descobriu-se a TECELAGEM e a CERÂMICA.
- Descobriu-se a FERTILIDADE DO ALUVIÃO.

Estes fatores tiveram como consequência MIGRAÇÕES para este local.

Percebeu-se, também, que se podia produzir mais em menores espaços. As migrações começaram a ocorrer vagarosamente e, a princípio, a acomodação dos novos membros foi “aceita”. Porém, ao longo do tempo, as COMUNIDADES ALDEÃS não conseguiram mais suportar a quantidade de pessoas. Tornou-se necessário um novo modo de aglomeração que abranjesse todos. Surge, com isto, as CIDADES.

Esta foi a REVOLUÇÃO NEOLÍTICA, suas causas e suas consequências.

2. O PROCESSO DE URBANIZAÇÃO NA BAIXA MESOPOTÂMIA
Agora estamos no período Uruk IV, no sul da Baixa Mesopotâmia, onde ocorrem migrações para este local devido à REVOLUÇÃO NEOLÍTICA, suas causas e consequências. Com estas migrações, tornou-se necessária a formação de um novo tipo de “local” que colocasse as tantas pessoas, surgindo, assim, as CIDADES. Transfigurou-se, também, alguém que pudesse tomar conta de toda a região. Surge, assim, o TEMPLO. Eis que se dá o PROCESSO DE URBANIZAÇÃO.

As CIDADES eram bem diferentes das COMUNIDADES ALDEÃS. De início, já analisamos o surgimento das ESPECIALIDADES, fazendo com que ocorresse a HIERARQUIZAÇÃO da sociedade. A partir desde ponto, começa a diferença entre aqueles que têm especialidades daqueles que fazem a Agricultura funcionar.

A Economia continuou com a mesma base AGRO-PASTORIL, com a adição de PRODUTOS MANUFATURADOS feitos pelos especialistas, com a busca/visão de mais campos de negócio, ou seja, mais TROCAS COMERCIAIS.

As COMUNIDADES ALDEÃS não acabaram. Elas se tornaram tributárias das CIDADES, devendo produzir alimentos para eles e para as CIDADES, terminando, assim, com a ECONOMIA DE SUBSISTÊNCIA. Nasce, daí, a ideologia de que tudo que se ligava à natureza (cheias, secas, fertilidade etc) era benção ou maldição das divindades. Logo, quem assume a total administração das terras são o TEMPLO e seu representante, o SACERDOTE, que tinha com função ligar o homem às divindades. Os TEMPLOS ficavam em local propício: no centro da CIDADE, de onde tudo podia ser visto.

Outras cidades importantes surgiram no período Uruk III, como Ur, Nippur e Lagas. É neste período que o PROCESSO DE URBANIZAÇÃO é totalmente massificado e “toma conta” de qualquer CIDADE.

Após algum tempo, surgiu outro tipo de organização que tomaria o lugar do TEMPLO nos sentidos social, político e econômico: o PALÁCIO, tendo como representante um REI/MONARCA. O PALÁCIO começa a ter mais representatividade que o TEMPLO, visto que ele possuía a Força Militar (proteção das CIDADES) ao seu lado. O TEMPLO não perdeu tempo e ficou junto com o PALÁCIO.

Em relação à ALIMENTAÇÃO, tudo funcionava por um complexo PROCESSO DE REDISTRIBUIÇÃO, que se iniciava e terminava nele, onde ficavam os SILOS.

Eis acima o PROCESSO DE URBANIZAÇÃO, com sua causa (grandes migrações para o sul da Baixa Mesopotâmia) e suas variadas consequências:
- Hierarquização das CIDADES;
- Surgimento das especialidades;
- Surgimento da ESCRITA (ponto que marca definitivamente a divisão social, junto com as especialidades);
- Surgimento do TEMPLO e do PALÁCIO;
- Fabricação de Produtos Manufaturados;
- As COMUNIDADES ALDEÃOS não acabam; elas se tornam tributárias das CIDADES;
- O TEMPLO administra as terras.

3. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
BOUZON, Emanuel – O Templo, o Palácio e o Pequeno Produtor Na Baixa Mesopotâmia Pré-Sargônica, Phoinix, Rio de Janeiro, 4: 137-158, 1998.


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FONTE DAS FOTOS UTILIZADAS:
I. Civilização Mesopotâmica

II. Alterações climáticas e o aprimoramento de habilidades permitiram a chamada “Revolução Neolítica”.

III. Reconstrução de uma casa de Çatalhüyük, um assentamento neolítico na Anatólia que data de cerca de 7 000 a.C.

IV. HERRAMIENTAS DE LA PREHISTORIA

V. Revolução Neolítica Contexto

VI. A revolução neolítica

VII. Primeiras Aldeias Mesopotâmicas


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AUTOR DO ARTIGO| Raphael Paiva
(Criador do Blog | Professor de História e Inglês | Responsável pela correção Ortográfica)

Contato: raphaelpaiva89@hotmail.com
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