PERÍODO
JOANINO [1808-1822]
|CONTEXTO
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Resumo: Quando a Família Real vem residir no Brasil, fugindo de Napoleão Bonaparte.
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Napoleão Bonaparte decreta o Bloqueio Continental com a Inglaterra (Decreto de
Berlim|21/11/1806). Nenhuma nação poderia comercializar com a Inglaterra. Quem desobedecesse
seria invadido por tropas francesas. Porém, Portugal não tinha condições de
romper com a Inglaterra, visto que:
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dependia da Inglaterra (Tratado de Methuen ou Tratado dos Panos e
Vinhos);
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devia à Inglaterra;
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havia ameaça dos territórios coloniais caso houvesse quebra de acordos
comerciais.
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Para o Bloqueio Continental ter efeito era necessário que todos os países (nos
extremos do Continente) seguissem à ideia, o que não aconteceu.
O Bloqueio Continental
foi um decreto datado de 21 de novembro de 1806, que consistia em impedir o
acesso a portos dos países dominados pelo Império Francês a navios do Reino
Unido da Grã-Bretanha (Inglaterra) e Irlanda. Com isso, o principal objetivo
era isolar economicamente as Ilhas Britânicas, sufocando suas relações
comerciais.
Mas, para que o Bloqueio
Continental tivesse total eficácia, a França dependia de que todos os países da
Europa aderissem à ideia, e para isso era necessária a adesão de todos os
portos localizados nos extremos do Continente. Os portos dos impérios russo,
austríaco e português eram os quais Napoleão precisava para seu êxito total no
decreto.
O acordo de Tilsit,
firmado com o Czar Alexandre I da Rússia em julho de 1807, garantiu o
encerramento do extremo leste da Europa. Agora faltava o extremo Oeste, onde
ficavam os portos das cidades de Lisboa e do Porto, pertencentes ao império
português.
O Governo de Portugal se
recusava a aderir ao bloqueio devido a sua aliança com a Inglaterra, da qual
era extremamente dependente. Suas riquezas vinham de suas colônias,
principalmente do Brasil. Com um reino decadente, Portugal não tinha como
enfrentar Napoleão.
A Inglaterra reagiu, e
em janeiro de 1807 foram emitidas algumas ordenanças que institucionalizaram o
comportamento da Marinha Real Britânica com relação aos navios neutros que
tinham como destino os portos franceses. Os navios abordados em alto-mar eram
capturados e vendidos em leilão, além de ter toda a carga sequestrada. Como
resultado, as mercadorias coloniais desapareceram dos mercados dos países que
aderiram ao bloqueio.
Em agosto de 1807,
Napoleão enviou um ultimato ao Príncipe Regente de Portugal, D. João (que viria
a se tornar D. João VI). Ou ele rompia com a Inglaterra, ou Portugal seria
invadido pelas tropas francesas. Mas, a Inglaterra ofereceu proteção à Família
Real Portuguesa e forçou D. João á aceitar o embarque para o Brasil. (Leia: a
Vinda da Família Real Portuguesa para o Brasil).
O bloqueio ficou mal
visto pelas nações “aliadas” à França e isto contribuiu para reduzir o
prestigio de Napoleão nas terras por ele conquistadas.
(Cristine Delphino)
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O príncipe regente de Portugal chega à conclusão que é hora de abandonar
Portugal e vêm a Portugal. Uma grande quantidade de pessoas vem ao Brasil.
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Reclamaram de tudo: piolho, disenteria, diarreia, viagem longa (desconforto)
etc.
O embarque da Corte
portuguesa aconteceu entre os dias 25 e 27 de novembro de 1807. Estima-se que
de 10 a 15 mil pessoas tenham se mudado para o Brasil junto com o rei português.
(FAUSTO, Bóris.2013, p.105)
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A maior parte foi para o Rio de Janeiro. A Família Real desceu em Salvador:
conhecer a primeira capital e agradar a população brasileira.
Eg.:
É daí que surge a primeira rivalidade entre brasileiros e portugueses, visto
que a prioridade era sempre dos portugueses. Ex.: brasileiro saia de sua
moradia para português morar; português tinha cargos melhores.
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O Brasil começa a ter uma face. D. João VI permite a criação de universidades,
teatros, museus... ou seja, visto que eles não sabiam quanto tempo ficariam
aqui, eles tentam ‘europeizar’ o Brasil. Brasil não tinha nada, na concepção
portuguesa, visto que o país era uma Colônia de exploração.
|DADOS
IMPORTANTES
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Em 1808 é declarada a Abertura dos Portos às Nações Amigas, acabando com o monopólio
do Pacto Colonial. Ou seja: acabou aquela história de que tudo que faz, tudo
que sai do Brasil vai direto para a metrópole. Além do mais, a Família Real
está morando agora aqui.
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01º/04/1808: D. João revoga o alvará de 5 de janeiro de 1785, que abolia o
estabelecimento das manufaturas e indústrias no Brasil e em todos os seus
domínios ultramarinos. Almejava com esta medida promover a "riqueza
nacional", melhorando consequentemente a agricultura, e fornecendo meios
para a subsistência de seus vassalos.
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13/06/1808: inauguração do Jardim Botânico.
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12/10/1808: D. João VI cria o Banco do Brasil, visto que não se pode mais
utilizar o banco de Portugal. Ou seja, as negociações devem ser feitas aqui.
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1809: incentivado pela Inglaterra, D. João VI ordenou a invasão da Guiana
Francesa, local que foi dominado pelos portugueses até 1817.
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Em 1810 são assinados dois tratados em Inglaterra e Portugal:
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Tratado de Comércio e Navegação: os produtos britânicos pagariam menos impostos
ao entrar no Brasil. Ou seja, o Brasil está dando prioridade aos produtos da
Inglaterra. Há uma facilidade no comércio.
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Tratado de Aliança e Amizade: tinha como finalidade extinguir o tráfico
negreiro.
Eg.:
Já se observa uma certa independência de Brasil em relação a Portugal.
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1811: D. João VI conquista/anexa a Cisplatina (atual Uruguai) ao território
brasileiro. A Cisplatina foi colônia espanhola e Napoleão também tinha invadido
a Espanha. José Bonaparte (rei da Espanha) foi colocado por seu irmão, Napoleão
Bonaparte.
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1815: Napoleão é derrotado por Inglaterra, Áustria, Prússia e Rússia. O que
fazer com a Europa?
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Missão Francesa: vinda de artistas clássicos franceses como uma tentativa de
influenciar o Brasil a criar seu movimento artístico (clássico).
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Os países que venceram de Napoleão decidem devolver as nações conquistadas por
Napoleão aos seus ‘donos originais’.
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1814-1815: Tratado de Viena – D. João VI ficou sem Portugal pois ele não
batalhou pelo país.
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16/12/1815: para não ficar por baixo por causa do Tratado de Viena, D. João VI
eleva o Brasil à Reino Unido a Portugal e Algarves.
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Quem amou isso: grande parte da elite brasileira.
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Quem odiou: a elite portuguesa.
Eg.:
Em 1817 temos a Revolução Pernambucana: população revoltada com os altos gastos
da Coroa Portuguesa no Brasil. A ideia era separar Pernambuco e transformar em
uma república própria. É uma revolução com influência da independência dos
Estados Unidos e do Iluminismo. Foi reprimida pelo governo violentamente.
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Em 1820 a elite portuguesa faz a Revolução (Liberal) do Porto, exigindo o
retorno da Família Real e a recolonização do Brasil. Portugal estava passando
por um processo de transformação de Monarquia para Monarquia Parlamentarista,
onde o Rei reina, mas não tem todas as esferas do governo.
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Condição: se a Família Real não voltar para Portugal, D. João VI perde o trono
português.
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Há uma questão: se a Família Real voltar para Portugal, a elite brasileira (que
está mais forte) faz a Independência do Brasil. Se fica no Brasil, eles tiram o
reino de Portugal.
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Solução: a Família Real retorna para Portugal e deixa seu filho, D. Pedro I
(Príncipe Regente).
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Pensamento: se a elite brasileira tentar fazer a Independência, tenta segurar.
Se for difícil segurar, quem faz a Independência é D. Pedro I.
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Eg.: Em 1821 D. João VI pega todo dinheiro do Banco do Brasil e volta para
Portugal, levando-o à falência.
Finalmente, em fevereiro
de 1821, tropas portuguesas dos quartéis do Rio de Janeiro amotinaram-se,
exigindo que D. João VI retornasse a Portugal. Houve conflitos e mortes e só o
rei poderia evitar uma guerra civil. Assim, nomeou Regente seu filho primogênito
em 22 de abril de 1821 e quatro dias depois embarcou para Lisboa. Ao chegar,
jurou a Constituição. Já o seu herdeiro, Pedro de Bragança, no entanto,
recusava-se a regressar exclamando, em 9 de janeiro de 1822, ante instâncias do
Senado da Câmara do Rio de Janeiro, Diga ao povo que fico! A 7 de Setembro de
1822, Pedro declara a independência do Brasil. Proclama-se Imperador. O resto
do reinado de João VI é passado em tentativas de reversão desta medida e de
pacificação entre os filhos Pedro e Miguel.
Quando a família real
portuguesa veio morar no Brasil, em 1808, o rei Dom João 6º precisou tomar
algumas providências para que a colônia ficasse mais moderna. Por isso, entre
outras coisas, o rei construiu uma biblioteca, abriu os portos às nações amigas
e criou o Banco do Brasil. A abertura dos portos significava que o Brasil podia
vender e comprar produtos de diversos lugares e não apenas de Portugal. Com
isso, moedas diferentes iam começar a circular pela colônia. Assim, era
necessário que o país tivesse um banco para, por exemplo, trocar moeda
estrangeira. Mas o começo da história do banco não foi muito feliz. Os
brasileiros e portugueses que moravam aqui demoraram para aplicar dinheiro no
banco. Como a existência de um banco era novidade na colônia, talvez as pessoas
preferissem investir o dinheiro na compra de escravos, terras e mercadorias. Dos
quatro diretores que o banco teve, três pediram dinheiro emprestado. Depois,
para não pagar o que deviam, se declararam falidos. Um dos tesoureiros roubou o
banco e fugiu para os Estados Unidos levando consigo um dinheirão. Quando D.
João 6º voltou para Lisboa, em abril de 1821, levou no porão do seu navio todo
o dinheiro que havia no banco. As pessoas que tinham guardado dinheiro no Banco
do Brasil ficaram sem nada. O banco acabou fechando em 1829. Um novo Banco do
Brasil só foi criado em julho de 1851 e é o que existe até hoje.
(Fonte: Folha de S.
Paulo)
BIBLIOGRAFIA
DELPHINO,
Cristine. Bloqueio Continental. Info Escola. Disponível em: https://www.infoescola.com/historia/bloqueio-continental/
FAUSTO,
Boris. História do Brasil. São Paulo: Edusp, 2013.
LUÍSA,
Ana. Do Bloqueio Continental à 1º Invasão Francesa. Blogue Histórico 6º ano,
2007. Disponível em: http://bloguehistorico6.wordpress.com/2007/12/08/do-bloqueio-continental-a-1%C2%BA-invasao-francesa/
NAVARRO,
Roberto. Como Napoleão perdeu a guerra? Superinteressante, 2020. Disponível em:
https://super.abril.com.br/mundo-estranho/como-napoleao-perdeu-a-guerra/
PRADO
JR, Caio. História econômica do Brasil.
SODRÉ,
Nelson. Werneck. As razões da independência.
Vídeo
aula ‘PERÍODO JOANINO PARA O ENEM - Aula #08’
Vídeo
aula do Professor Admilson Costa
Alvará
de 1808 que autoriza as fábricas e manufaturas no Brasil. História Luso, 2018.
Disponível em: http://historialuso.an.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=3675&catid=145&Itemid=279
Rei
levou dinheiro do Banco do Brasil. Folha de S. Paulo, 1995. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/fsp/1995/9/08/folhinha/7.html
Dom
João VI faliu o Banco do Brasil em 1821. Nossa Política, 2016. Disponível em: https://nossapolitica.net/2016/10/dom-joao-vi-faliu-banco-brasil/
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Fonte da Foto utilizada:
I. https://conhecimentocientifico.r7.com/afinal-por-que-a-corte-portuguesa-veio-para-o-brasil/
III. https://www.elo7.com.br/adesivo-brasao-do-imperio-de-portugal-brasil-e-algarves/dp/FBDB64I. https://conhecimentocientifico.r7.com/afinal-por-que-a-corte-portuguesa-veio-para-o-brasil/
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PESQUISA & TEXTO | Raphael Paiva
(Criador do Blog | Professor de História e Inglês | Responsável pela Correção Ortográfica)
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Trabalho sobre 'Movimento Negro Brasileiro' [Resenha]
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História da Música Evangélica Brasileira: Causas e Contexto de sua origem! [2ª EDIÇÃO - Atualizado]
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