|CONTEXTO
No geral, podemos afirmar que o Brasil já estava vivendo um contexto de independência, visto os acontecimentos:
- Em 1808 é declarada a Abertura dos Portos às Nações
Amigas, acabando com o monopólio do Pacto Colonial. Ou seja: acabou aquela
história de que tudo que faz, tudo que sai do Brasil vai direto para a
metrópole. Além do mais, a Família Real está morando agora aqui.
- 01º/04/1808: D. João revoga o alvará de 5 de janeiro
de 1785, que abolia o estabelecimento das manufaturas e indústrias no Brasil e
em todos os seus domínios ultramarinos. Almejava com esta medida promover a
"riqueza nacional", melhorando consequentemente a agricultura, e
fornecendo meios para a subsistência de seus vassalos.
- 12/10/1808: D. João VI cria o Banco do Brasil, visto
que não se pode mais utilizar o banco de Portugal. Ou seja, as negociações
devem ser feitas aqui.
- Em 1810 são assinados dois tratados em Inglaterra e
Portugal:
--- Tratado de Comércio e Navegação: os produtos
britânicos pagariam menos impostos ao entrar no Brasil. Ou seja, o Brasil está
dando prioridade aos produtos da Inglaterra. Há uma facilidade no comércio.
--- Tratado de Aliança e Amizade: tinha como
finalidade extinguir o tráfico negreiro.
- Em 1820 a elite portuguesa faz a Revolução (Liberal)
do Porto, exigindo o retorno da Família Real e a recolonização do Brasil.
Portugal estava passando por um processo de transformação de Monarquia para
Monarquia Parlamentarista, onde o Rei reina, mas não tem todas as esferas do
governo. É Rei, mas não governa; é Chefe de Estado, mas não é Chefe de Governo.
--- Condição: se a Família Real não voltar para
Portugal, D. João VI perde o trono português.
--- Há uma questão: se a Família Real voltar para
Portugal, a elite brasileira (que está mais forte) faz a Independência do
Brasil. Se fica no Brasil, eles tiram o reino de Portugal.
--- Solução: a Família Real retorna para Portugal e
deixa seu filho, D. Pedro I (Príncipe Regente).
--- Pensamento: se a elite brasileira tentar fazer a
Independência, tenta segurar. Se for difícil segurar, quem faz a Independência
é D. Pedro I.
- Entre 1821 e 1822 temos a Regência de D. Pedro I.
- Formação de dois partidos:
--- Partido Português: deseja o retorno de D. Pedro I
a Portugal e a recolonização de Brasil.
--- Partido Brasileiro: deseja a Independência da
colônia.
Durante
a regência de Dom Pedro I (1821-1822), aconteceu um processo conhecido como
"politização das ruas": o centro do Rio de Janeiro, agora lar de
cafés e outros espaços de socialização, tornou-se um local de discussão, onde
pessoas (intelectuais, trabalhadores etc) encontravam-se para debater sobre
vários assuntos políticos, entre eles o futuro do Brasil. Com isso surgiram
três vertentes de pensamento: o Partido Brasileiro, o Partido Português e um
terceiro grupo, o Partido Liberal-Radical.
Partido
Brasileiro é o nome atribuído a um agrupamento político existente no Brasil
durante o Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, após a Revolução do
Porto, pouco antes da Independência. O Partido Brasileiro, conhecido desta
forma apesar de não ter sido um partido político formal no sentido moderno do
termo, reunia comerciantes e grandes proprietários de terras e escravos
(latifundiários), que defendiam os benefícios de que gozavam desde a vinda de D.
João VI ao Brasil, em 1808. Sem defender inicialmente a separação de Portugal,
este grupo defendia as conquistas econômicas e não acatava as ordens vindas das
Cortes. Foi o Partido Brasileiro que conseguiu convencer o Príncipe regente
Pedro I a permanecer no Brasil quando as Cortes exigiram seu retorno a Portugal
no episódio do Dia do Fico (9 de janeiro de 1822). Seu
sucessor ideológico foi o Partido Moderado, conhecido depreciativamente como
"os ximangos".
O
Partido Português foi um agrupamento político brasileiro criado em 1822, ligado
à figura do Imperador D. Pedro I e defensor dos interesses da alta burocracia
do Estado e dos comerciantes portugueses ligados ao antigo comércio colonial. Os
membros do Partido Português, durante a Regência de D. Pedro, eram favoráveis à
recolonização do Brasil, já que, no geral, beneficiavam-se com a condição de
colônia do país. Depois da independência, durante a Assembleia Constituinte de
1823, passaram a defender um governo centralizado e forte (principalmente no
Senado), capaz de derrotar as tendências separatistas que se verificavam no
Império. Vale ressaltar que, apesar de ser chamado de "Partido" e
estar incluso na categoria "Partidos políticos do Brasil", o Partido
Português não era efetivamente um partido político formalmente constituído no
sentido moderno do termo, mas sim uma corrente de opinião. Seu sucessor
ideológico foi o Partido Restaurador, conhecido depreciativamente como "os
caramurus".
- D. Pedro I não quer voltar pois não quer se tornar o
que seu pai e tornou: um governante meramente ilustrativo, como demonstra
cartas enviadas de um para o outro.
- D. Pedro sofre
influência direta do Partido Brasileiro
- 09/01/1822: Dia do Fico – mesmo mediante pressão da
elite portuguesa, ele fica no Brasil.
“Se é para o bem de todos e felicidade geral da Nação, estou pronto! Digam ao povo que fico.”
Após o
Dia do Fico (9 de janeiro de 1822), no qual o príncipe dom Pedro se recusa a
cumprir as ordens de Lisboa para retornar a Portugal, o Brasil passa a
fervilhar.
Em
agosto de 1822, já estava claro que o Brasil poderia ser rebaixado de Reino
Unido a colônia, ou, então, ser dividido, em razão dos movimentos das elites
locais.
Surge
em São Paulo uma guerra civil separatista. Em 13 de agosto, dom Pedro passa a
Leopoldina o poder, nomeando-a chefe do Conselho de Estado e princesa regente
interina do Brasil. Ele vai à província de São Paulo evitar a insurreição.
Chegam
notícias de que 7.200 homens do Exército português seriam enviados ao Brasil
para forçar o retorno imediato do príncipe regente e da princesa Leopoldina a
Portugal. A princesa não titubeia. Como chefe interina do governo, convoca, na
manhã de 2 de setembro, o Conselho de Estado e assina decreto declarando o
Brasil separado de Portugal. D. Leopoldina fez valer a sua imensa influência
política sobre o marido.
(José
Antonio Dias Toffoli)
- D. Pedro I começa a andar pelo Brasil para analisar
se tem apoio das elites para proclamar a Independência.
- Portugal ameaça enviar tropas.
- 13/08/1822: D. Pedro I nomeia Leopoldina chefe do
Conselho de Estado e Princesa Regente Interina do Brasil.
- Voltando de Santos, chegando a São Paulo, sua
esposa, D. Leopoldina, recebe uma carta em que Portugal estava vindo.
- 07/09/1822:
D. Pedro proclama Independência do Brasil – Gritos do Ipiranga*.
- 01º/12/1822: Leopoldina é nomeada Imperatriz.
Maria Leopoldina
foi a primeira esposa do imperador D. Pedro I e Imperatriz Consorte do Império
do Brasil de 1822 até sua morte, também brevemente sendo Rainha Consorte do
Reino de Portugal e Algarves entre março e maio de 1826. Era filha do imperador
Francisco I da Áustria e de sua segunda esposa Maria Teresa das Duas Sicílias.
É
considerada por muitos historiadores como a principal articuladora do processo
de Independência do Brasil, em setembro de 1822. Consequentemente, é tida como
a primeira mulher a tornar-se chefe de estado na história do Brasil
independente.
(Fonte:
GOB-MS Secretaria Estadual de Educação e Cultura)
*Gritos do Ipiranga:
Há teses sobre este dia, como:
- Ele estava em uma mula, não em um cavalo;
- Ele estava a pé;
- Tinha apenas 4 a 5 pessoas com ele;
- Não existiu o Grito do Ipiranga;
- Ele estava com diarreia devido às longas viagens.
Obs.1: Pressão da elite, com destaque para o
conselheiro de D. Pedro I – José Bonifácio.
Obs.2: Não houve participação popular.
Obs.3: A Independência trouce mais continuidades do
passado colonial do que rupturas.
----- Nós ficamos independentes, mas com um rei
português que, por exemplo, valoriza muito mais as instituições portuguesas.
----- A mão de obra escrava não termina.
----- Monocultura exportadora
Obs.4: A utilização das artes como forma de mostrar
algo que não existiu.
----- Pedro Inácio (1888): pintor contratado pela Corte Brasileira. O intuito é mostrar D. Pedro I como o líder e herói da Independência do Brasil.
----- François-René Moreaux (1844): pintor romancista francês que demonstra D. Pedro I como um líder popular.
José
Bonifácio de Andrada e Silva foi um cientista, político e estadista brasileiro
cujas ideias e influência política foram decisivas para a Independência do
Brasil. Liberal e defensor da monarquia
constitucional, José Bonifácio sustentava algumas ideias para o desenvolvimento
do Brasil: defende a civilização dos índios, a abolição gradual dos escravos, criação
de escolas de ensino técnico, reforma agrária, proibição de contrair
empréstimos estrangeiros, transferência da capital do Brasil para uma cidade à
cabeceira do Rio São Francisco.
(Juliana Bezerra|PUC-RJ)
BIBLIOGRAFIA
FAUSTO, Boris. História Concisa do Brasil. Imprensa
Ofical, 2001.
LEMBO, Claudio. A Pessoa - Seus Direitos. Editora
Manole, 2007.
PRADO JR, Caio. História econômica do Brasil.
SODRÉ, Nelson. Werneck. As razões da independência.
VARELA, Alex Gonçalves. Atividades científicas na
"Bela e Bárbara" capitania de São Paulo (1796-1823). Anablume, 2009.
Brasil deve sua independência a uma mulher: Maria
Leopoldina. Conjur, 2020. Disponível em: https://www.conjur.com.br/2020-mar-08/brasil-independencia-mulher-maria-leopoldina
José Bonifácio. Toda Matéria. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/jose-bonifacio/
Maria Leopoldina assina o decreto da Independência do
Brasil. GOB-MS, 2018. Disponível em: http://www.gobms.org.br/noticias/editoriais/maria-leopoldina-assina-o-decreto-da-independencia-do-brasil-772.html
Noticiário do Exército (7 de setembro de 2008). «A
Independência do Brasil - O corte dos laços com Portugal». Consultado em 17 de
agosto de 2013
Vídeo aula do CANAL PARABÓLICA https://youtu.be/hOiKSiek0xw
Portal Brasil.net. «A História do Brasil - Período
Imperial». Consultado em 30 de março de 2020
Fonte das fotos utilizadas:
IV. https://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_Bonif%C3%A1cio_de_Andrada_e_Silva
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PESQUISA & TEXTO | Raphael Paiva
(Criador do Blog | Professor de História e Inglês | Responsável pela Correção Ortográfica)
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ARTIGOS DO AUTOR:
Artigo 01:
Artigo 02:
Artigo 03:
Trabalho sobre 'Movimento Negro Brasileiro' [Resenha]
Artigo 04:
História da Música Evangélica Brasileira: Causas e Contexto de sua origem! [2ª EDIÇÃO - Atualizado]
Artigo 04:
História da Música Evangélica Brasileira: Causas e Contexto de sua origem! [2ª EDIÇÃO - Atualizado]
Artigo 05:
TCC:
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