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terça-feira, 31 de março de 2020

PRIMEIRO REINADO [1822-1831]

PRIMEIRO REINADO [1822-1831]

|RESUMO: Foi um período de instabilidade política, econômica e social.

|CONTEXTO: Assim que D. Leopoldina assina o Decreto da Independência do Brasil e D. Pedro I a proclama, ele fica como o nome quase certo para Imperador do Brasil. Vale ressaltar que D. Pedro I se tornou rei, mas era português, logo, ele valorizou as instituições portuguesas.

|BATALHA DE PIRAJÁ (1823)
A Batalha de Pirajá é considerada um dos principais choques bélicos da guerra pela Independência da Bahia, sendo travada na área de Cabrito-Campinas-Pirajá. A principal batalha pela independência, em que os baianos venceram as forças do colonialismo português, em 1823, foi no Panteão (Pantheon) de Pirajá, situado no Largo de Pirajá. No dia 1º de julho, o local recebe o Fogo Simbólico vindo do Recôncavo, representando as vilas revolucionárias instaladas na região. Na principal praça do Bairro, General Labatut, está com seus restos mortais no panteão do local, em homenagem a Pierre Labatut, o General Francês combatente da Batalha de Pirajá.

A batalha começou na madrugada do dia 8 de novembro de 1822, quando 250 soldados portugueses que desembarcaram em Itacaranha atacando a área do Engenho do Cabrito, enquanto um outro grupo avançava por terra até Pirajá. A batalha durou 8 horas com um total de 4.000 homens e revelando-se na mais alta demonstração de resistência brasileira ao longo da luta pela independência.
(Fonte: Portal UFBA PIRAJA)


|BATALHA DE JENIPAPO (13/03/1823)
Às margens do Riacho Jenipapo, em Campo Maior, piauienses, maranhenses e cearenses lutaram pela independência do país contra as tropas portuguesas comandadas pelo major João José da Cunha Fidié. Em uma parte do Brasil valeu o 7 de setembro, mas no resto do país a independência de fato ocorreu depois, até porque as notícias ali demoram a chegar. As tropas portuguesas lutaram com armas de fogo e os sertanejos com o que tinham. Apesar da vitória, os portugueses bateram em retirada. No Piauí, na cidade de Campo Maior, às margens do Rio Jenipapo, os portugueses perderam a esperança de ter uma colônia na América e foram expulsos das terras brasileiras.
(Fonte: Câmara dos Deputados)

            Para se ter uma nação, é preciso ter leis. Então, começa o processo de fazer a primeira Constituição do Brasil. Em 1823 temos a Assembleia Nacional Constituinte formada por políticos da elite brasileira. Porém, temos dois grupos distintos:
I. Liberais: desejam um país com menos participação do Estado, menos D. Pedro I no poder. Seria a oposição.
II. Conservadores: são brasileiros e portugueses que vieram com a Família Real que desejam conservar a Monarquia de D. Pedro I.

            A Assembleia Nacional Constituinte terá influência LIBERAL, sendo até chamada de CONSTITUIÇÃO DA MANDIOCA, visto que valorizava a política através dos grandes produtores de mandioca. Mas não vai adiante por causa da força dos conservadores e de D. Pedro I, que anula esta Constituição.

Imagem I: Capa do Projeto, pertencente ao acervo do Arquivo Nacional.
Imagem II: Capa do exemplar que pertenceu ao imperador Dom Pedro I.
Imagem III: Constituição do Império do Brasil de 1824, sob guarda do Arquivo Nacional
Imagem IV: Constituição Política do Império do Brasil, primeira página (Arquivo Nacional).

            Em 25/03/1824, D. Pedro I (e conservadores) outorga a Primeira Constituição do Brasil, influenciada pelas Constituições francesa de 1791 e espanhola de 1812 (VAINFAS, 2002, p.170), conservadora e centralizada na figura do Imperador.É uma Constituição escrita, semirrígida, codificada, outorgada, dogmática e analítica. No Direito Constitucional, fala-se em constituição outorgada quando esta é imposta unilateralmente pela vontade do governante, em contraposição às promulgadas, que derivam, em tese, do poder popular, por meio de uma assembleia constituinte ou órgão similar”.

As principais definições da Constituição de 1824 são:

- O governo era uma Monarquia unitária e hereditária;

- A existência de 4 poderes:
--- Legislativo: formado pela elite liberal e conservadora (deputados e senadores | Parlamento Bicameral). Eram eleitos pelo Voto censitário (de acordo com a renda) ou indicado por D. Pedro I. Câmara dos deputados (mandato de 4 anos), Senado (cada província elegia 3 e o imperador nomeava 1, que eram vitalícios).
--- Executivo: centrado na figura de D. Pedro I (Chefe de Governo e Chefe de Estado) - Imperador e ministros do Estado.
--- Judiciário: A nomeação era oriunda de D. Pedro I. - Juízes e tribunais.
--- Poder Moderador: poder que D. Pedro I tinha de centralizar outros poderes em suas mãos.

- O Estado adotava o catolicismo apostólico romano como religião oficial. As outras religiões eram permitidas com seus cultos domésticos, sendo proibida a construção de templos com aspecto exterior diferenciado;
- Define quem é considerado cidadão brasileiro;
- Padroado: Submissão da Igreja ao Estado, inclusive com o direito do Imperador de conceder cargos eclesiásticos na Igreja Católica, definir valores a serem pagos etc;
- O Imperador era inimputável (não respondia judicialmente por seus atos).
- Por meio do Poder Moderador o imperador nomeava os membros vitalícios do Conselho de Estado, os presidentes de província, as autoridades eclesiásticas da Igreja Católica Apostólica Romana e os membros do Senado vitalício. Também nomeava e suspendia os magistrados do Poder Judiciário, assim como nomeava e destituía os ministros do Poder Executivo.
- Conselho de Estado: conselheiros vitalícios nomeados pelo imperador.
- Excluídos de participação, mesmo com renda: criados de servir, menores de 25 anos e libertos.
- Mulheres eram excluídas de diritos políticos pelas normas sociais.
- As eleições eram censitárias e indiretas: Votantes (100 mil réis), Eleitores (200 mil réis), Deputados (400 mil réis), Senadores (800 mil réis).

Obs.: As religiões de origem africana eram tidas como seitas.



            Como se pode analisar, D. Pedro I se aproxima muito mais de uma Monarquia Absolutista, o que o mundo não usa mais. Ele reprime o povo, fere a liberdade. Isto gera uma CRISE NO PRIMEIRO REINADO, o que vai desenvolver manifestações.

Os atos de Dom Pedro I, dissolvendo a Constituinte e decretando uma Constituição, simbolizaram o predomínio do Imperador, dos burocratas e os comerciantes, muitos deles portugueses, que faziam parte do círculo dos íntimos. Em Pernambuco, os atos puseram lenha em uma fogueira que, desde 1817 e mesmo antes, não deixara de arder. (FAUSTO. 2012. p.82)
           
            Em 1824 temos a CONFEDERAÇÃO DO EQUADOR. Parte do Nordeste (uma parte de liberais) - Paraíba, Rio Grande do Norte, Ceará, (e possivelmente Piauí e Pará) mas principalmente Pernambuco (o líder) - já está se sentindo excluída depois do deslocamento do eixo econômico para o Sudeste. Além disso, com a Constituição de 1824, ela busca a emancipação tendo em vista o autoritarismo de D. Pedro I, a falta de liberdade de expressão. Seriam algumas províncias do Nordeste que se separariam do Brasil e formariam países. Estes países juntos formariam a CONFEDERAÇÃO DO EQUADOR. É ‘do Equador’ pois esta manifestação teve influência da Constituição Liberal do Equador. Há movimentações, há publicações nos jornais contra o Poder Moderador, as pessoas estão se rebelando. Um dos líderes mais importantes é FREI CANECA. D. Pedro I se utiliza do Poder Moderador. Como o Brasil é novo e não tem seu Exército, D. Pedro I contrata tropas mercenárias (principalmente vindas da Inglaterra) e a CONFEDERAÇÃO DO EQUADOR é reprimida. Frei Caneca foi condenado à morte por enforcamento. Relatos dizem que não havia ninguém nas ruas para assistir ao enforcamento e, além disso, o carrasco se recusou a enforca-lo, visto quem era Frei Caneca. Nem D. Pedro I estava lá. Então, a ordem vem de Pernambuco: ‘se não enforcar, fuzilem!’. Foram 8 tiros.

A Confederação do Equador não teve condições de se enraizar e de resistir militarmente às tropas de governo, sendo derrotada nas várias províncias do Nordeste até terminar por completo em novembro de 1824. A punição dos revolucionários foi além das expectativas. Um tribunal manipulado pelo Imperador condenou à morte Frei Caneca e outros revolucionários. Levado à forca, Frei Caneca acabou sendo fuzilado, diante da recusa do carrasco em realizar o enforcamento.

As marcas da revolução de 1824 não se apagariam facilmente. De fato, ela pode ser vista como parte de uma série de rebeliões e revoltas ocorridas em Pernambuco entre 1817 e 1848, fazendo da província um centro irradiador de muitas insatisfações do Nordeste. (FAUSTO, 2012, p.83)

CURIOSIDADE:
Morte por enforcamento: para pessoas sem honra.
Morte por fuzilamento: para pessoas que eram respeitadas.

Obs.: Os jornais da época publicaram que Frei Caneca foi enforcado.

            Aumenta a impopularidade de D. Pedro I.

            Em 1825 ainda tínhamos Portugal não aceitando a Independência de sua colônia. Mas, para que isso fosse mudado, foi feito um acordo: Portugal transferiu suas dívidas* com a Inglaterra para o Brasil.

* “Tratado de Methuen”, também conhecido como "Tratado dos Panos e Vinhos" ou o "Tratado da Rainha Ana".

A Independência brasileira coincide com a reação absolutista que toma conta da Europa após a derrota de Napoleão. Esses governos vêem com muito ceticismo o novo país e preferem apoiar o governo português. Por isso, é difícil obter o reconhecimento diplomático e a normalização das relações com as outras nações. Antecipando-se ao problema, o governo brasileiro havia mandado emissários para os principais países europeus ainda antes do 7 de setembro. Mas estes emissários, além de pouco experientes, pouco podem fazer. Num primeiro momento, os únicos a apoiar o novo país são os Estados Unidos, que, em 1824, tornam-se a primeira nação a reconhecer oficialmente o Brasil.

Mas o apoio inglês é crucial. D. Pedro I precisa de dinheiro para arrumar a economia, de ajuda para o reconhecimento internacional do novo país e de solução para um projeto pessoal: mesmo sendo imperador do Brasil, ele continua herdeiro da Coroa portuguesa e não quer perder este título. A Inglaterra enfim se mostra disposta a reconhecer o novo governo, mesmo assim com a ressalva de que nada fará para prejudicar a antiga aliança com Portugal. Os ingleses são hábeis e negociam ao mesmo tempo com Portugal e Brasil, que se encontram em guerra.

O negociador brasileiro do tratado de reconhecimento da Independência por Portugal e Inglaterra é Felisberto Caldeira Brant, que receberia o título de marquês de Barbacena pelo trabalho. Militar e ligado aos traficantes baianos, Brant tem o apoio do “partido português” – um apoio que perderia assim que foi divulgado o conteúdo do tratado. A negociação em Londres inclui um contrato de empréstimo e um acordo diplomático. Nesta primeira etapa, Brant negocia um contrato de empréstimo no qual leva uma comissão pessoal de 2%. Esse dinheiro, porém, é usado pelo imperador para financiar aliados na política portuguesa. Depois disso, Brant começa a tratar do reconhecimento já em posição desvantajosa e acaba aceitando uma série de cláusulas impostas pela Inglaterra e por Portugal. Por fim, quando a missão de negociação se transfere para o Brasil, o ruinoso tratado já está armado.

Com medo da reação negativa dos brasileiros, d. Pedro I empenha-se pessoalmente na fase final de conversações com o embaixador inglês Stuart. Os brasileiros só descobrem o conteúdo do tratado depois que ele já está sido assinado e em vigor, o que desagrada a todos. O “partido brasileiro” fica horrorizado com as cláusulas que dão imensas vantagens econômicas aos ingleses e fazem o país pagar as contas da guerra que ganhara de Portugal. Os conservadores do “partido português” sentem-se traídos ao ver o artigo que prevê o fim do tráfico de escravos. E ambos não gostam de saber que a única vantagem real do tratado é garantir a Coroa portuguesa ao imperador do Brasil.

Pelo tratado de 1825, a Inglaterra obtém do Brasil a renovação de todos os privilégios que arrancara de Portugal durante as guerras napoleônicas. O mais importante deles é uma taxa alfandegária de 15% para seus produtos, enquanto Portugal paga 24% e os demais países, mais de 25%. Essa tarifa dá imensa vantagem competitiva aos ingleses e, ao mesmo tempo, dificulta muito a solução da crise econômica brasileira. No início do império, a maior fonte de renda do governo são os impostos de importação e exportação – e uma saída óbvia para melhorar a arrecadação do Tesouro é a elevação dos impostos. Com o tratado, ficou assegurada a ruína do erário: sem poder elevar os impostos, o governo não consegue mais rendas, numa época em que gasta muito e deve mais ainda.

Além do tratamento preferencial, os ingleses conseguem do imperador a continuação de privilégios, como o da presença de um juiz inglês no Brasil para tratar, segundo a lei inglesa, dos crimes aqui cometidos por ingleses. Às vezes, esses juízes se arrogam o direito de julgar causas comerciais, protegendo negociantes ingleses das leis brasileiras em pleno território nacional. Como complemento, os ingleses mantêm liberdade de culto num tempo em que o catolicismo era a religião oficial do Estado, e a facilidade de usar portos brasileiros por sua marinha de guerra.
(Fonte: Portal José Bonifácio Obra Completa)

                Devido a esse beneficiamento a Portugal, aumenta a impopularidade de D. Pedro I.

                Entre 1825 e 1828 temo a GUERRA DA CISPLATINA, onde o Uruguai se torna independente e, mesmo sem apoio popular, D. Pedro I insiste no conflito. Uruguai não se sentia pertencente ao território brasileiro. Uruguai recebe apoio da Argentina, que pretendia ajudar e depois dominar, o que não conseguiu. O povo não achava que D. Pedro I devesse participar da guerra pois não tinha dinheiro, não tinha Exército. Mas ele participa e faz o Banco do Brasil (criado por D. João VI) fechar (1829). Ele perde a guerra e aumente ainda mais a impopularidade.

                Há oposição na câmara e na imprensa. Políticos do Rio de Janeiro, São Paulo e Minas Gerais fazem críticas mais graves e contundentes ao governo. Jornais Cariocas, como ‘Aurora Fluminense’ e ‘A malagueta’ entram nesse sistema. Na Europa analisa-se uma onda revolucionária de 1830 e a queda de Carlo X (França).
               
                Em 1830, há o assassinato do crítico paulista Líbero Badaró. Porém, D. Pedro I não efetiva a investigação do assassinato, gerando a história de que o imperador foi o mandante ou foi omisso no caso.

                Em 1831, como forma de tentar aumentar sua moral perante a sociedade, D. Pedro I sai em comitiva pelo Brasil. Do Rio de Janeiro ele parte para Vila Rica (atual Ouro Preto), onde é hostilizado. Com isso, ele volta para o Rio de Janeiro, desistindo de andar pelo Brasil. Na volta ao Rio de Janeiro, os conservadores preparam uma grande festa para mostrar apoio. Esta festa é invadida pelos descontentes. Esse ocorrido ficou conhecido como NOITES DAS GARRAFADAS (11 a 16 de março de 1831).

• Grupos que não apoiavam D. Pedro:
– Comerciantes nativos, insatisfeitos com as vantagens e privilégios dispensados pelo imperador aos comerciantes portugueses e ingleses;
– Traficantes de escravos, que discordavam da assinatura de um acordo com a Inglaterra que previa o fim do tráfico negreiro no Brasil para o ano de 1831;
– Grandes proprietários de escravos e terras, insatisfeitos com os altos impostos cobrados pelo poder central e com a centralização política imposta pelo imperador, além de também discordarem do tratado que punha fim ao tráfico negreiro no Brasil; e
– Grupos médios urbanos liberais, que defendiam o liberalismo e reivindicavam reformas na Constituição de 1824, além de culparem o imperador e seus aliados pelo endividamento do Estado e pelos rumos tomados na Guerra da Cisplatina e de o criticarem pelo seu envolvimento na questão da sucessão portuguesa.
(Professor Admilson Costa)


                Tendo em vista sua impopularidade no Brasil e a sucessão do trono português, visto que seu pai – D. João VI – morreu, D. Pedro I começa a pensar em voltar para Portugal. Ele abdica ao trono no dia 07/04/1831, retorna para Portugal, mas deixa seu filho – D. Pedro II – de apenas 5 anos como garantia de que a cadeira da coroa não está vazia.


BIBLIOGRAFIA
FAUSTO, Boris. História Concisa do Brasil.

PRADO JR, Caio. História econômica do Brasil.

SODRÉ, Nelson. Werneck. As razões da independência.

VAINFAS, Ronaldo. Dicionário do Brasil Imperial. Rio de Janeiro: Objetiva, 2002.

Classificação das Constituições. DireitoNet, 2002. Disponível em: https://www.direitonet.com.br/resumos/exibir/113/Classificacao-das-Constituicoes

Reconhecimento da Independência e o Tratado de 1825. José Bonifácio Obra Completa, 2006. Disponível em: http://www.obrabonifacio.com.br/az/verbete/62/

Tratado de Methuen. Toda Matéria, 2016. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/tratado-de-methuen/

No dia 13 de março de 1823 ocorreu a Batalha do Jenipapo. Câmara dos Deputados, ????. Disponível em: https://www.camara.leg.br/radio/programas/533114-no-dia-13-de-marco-de-1823-ocorreu-a-batalha-do-jenipapo

PIRAJÁ: As atrações de um bairro histórico. A Batalha, ????. Disponível em: https://ufbapiraja.wordpress.com/a-batalha-3/

Vídeo Aula do Professor Admilson Costa

Vídeo Aula do CANAL PARABÓLICA

FONTE DAS FOTOS UTILIZADAS
V. https://www.infoescola.com/biografias/dom-pedro-ii/

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PESQUISA & TEXTO | Raphael Paiva
(Criador do Blog | Professor de História e Inglês | Responsável pela Correção Ortográfica)

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ARTIGOS DO AUTOR:
Artigo 01:

Artigo 02:

Artigo 03:

TCC:

segunda-feira, 30 de março de 2020

INDEPENDÊNCIA DO BRASIL (1822)

INDEPENDÊNCIA DO BRASIL (1822)

|CONTEXTO
No geral, podemos afirmar que o Brasil já estava vivendo um contexto de independência, visto os acontecimentos:
- Em 1808 é declarada a Abertura dos Portos às Nações Amigas, acabando com o monopólio do Pacto Colonial. Ou seja: acabou aquela história de que tudo que faz, tudo que sai do Brasil vai direto para a metrópole. Além do mais, a Família Real está morando agora aqui.
- 01º/04/1808: D. João revoga o alvará de 5 de janeiro de 1785, que abolia o estabelecimento das manufaturas e indústrias no Brasil e em todos os seus domínios ultramarinos. Almejava com esta medida promover a "riqueza nacional", melhorando consequentemente a agricultura, e fornecendo meios para a subsistência de seus vassalos.
- 12/10/1808: D. João VI cria o Banco do Brasil, visto que não se pode mais utilizar o banco de Portugal. Ou seja, as negociações devem ser feitas aqui.
- Em 1810 são assinados dois tratados em Inglaterra e Portugal:
--- Tratado de Comércio e Navegação: os produtos britânicos pagariam menos impostos ao entrar no Brasil. Ou seja, o Brasil está dando prioridade aos produtos da Inglaterra. Há uma facilidade no comércio.
--- Tratado de Aliança e Amizade: tinha como finalidade extinguir o tráfico negreiro.
- Em 1820 a elite portuguesa faz a Revolução (Liberal) do Porto, exigindo o retorno da Família Real e a recolonização do Brasil. Portugal estava passando por um processo de transformação de Monarquia para Monarquia Parlamentarista, onde o Rei reina, mas não tem todas as esferas do governo. É Rei, mas não governa; é Chefe de Estado, mas não é Chefe de Governo.
--- Condição: se a Família Real não voltar para Portugal, D. João VI perde o trono português.
--- Há uma questão: se a Família Real voltar para Portugal, a elite brasileira (que está mais forte) faz a Independência do Brasil. Se fica no Brasil, eles tiram o reino de Portugal.
--- Solução: a Família Real retorna para Portugal e deixa seu filho, D. Pedro I (Príncipe Regente).
--- Pensamento: se a elite brasileira tentar fazer a Independência, tenta segurar. Se for difícil segurar, quem faz a Independência é D. Pedro I.

- Entre 1821 e 1822 temos a Regência de D. Pedro I.
- Formação de dois partidos:
--- Partido Português: deseja o retorno de D. Pedro I a Portugal e a recolonização de Brasil.
--- Partido Brasileiro: deseja a Independência da colônia.

Durante a regência de Dom Pedro I (1821-1822), aconteceu um processo conhecido como "politização das ruas": o centro do Rio de Janeiro, agora lar de cafés e outros espaços de socialização, tornou-se um local de discussão, onde pessoas (intelectuais, trabalhadores etc) encontravam-se para debater sobre vários assuntos políticos, entre eles o futuro do Brasil. Com isso surgiram três vertentes de pensamento: o Partido Brasileiro, o Partido Português e um terceiro grupo, o Partido Liberal-Radical.

Partido Brasileiro é o nome atribuído a um agrupamento político existente no Brasil durante o Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, após a Revolução do Porto, pouco antes da Independência. O Partido Brasileiro, conhecido desta forma apesar de não ter sido um partido político formal no sentido moderno do termo, reunia comerciantes e grandes proprietários de terras e escravos (latifundiários), que defendiam os benefícios de que gozavam desde a vinda de D. João VI ao Brasil, em 1808. Sem defender inicialmente a separação de Portugal, este grupo defendia as conquistas econômicas e não acatava as ordens vindas das Cortes. Foi o Partido Brasileiro que conseguiu convencer o Príncipe regente Pedro I a permanecer no Brasil quando as Cortes exigiram seu retorno a Portugal no episódio do Dia do Fico (9 de janeiro de 1822). Seu sucessor ideológico foi o Partido Moderado, conhecido depreciativamente como "os ximangos".

O Partido Português foi um agrupamento político brasileiro criado em 1822, ligado à figura do Imperador D. Pedro I e defensor dos interesses da alta burocracia do Estado e dos comerciantes portugueses ligados ao antigo comércio colonial. Os membros do Partido Português, durante a Regência de D. Pedro, eram favoráveis à recolonização do Brasil, já que, no geral, beneficiavam-se com a condição de colônia do país. Depois da independência, durante a Assembleia Constituinte de 1823, passaram a defender um governo centralizado e forte (principalmente no Senado), capaz de derrotar as tendências separatistas que se verificavam no Império. Vale ressaltar que, apesar de ser chamado de "Partido" e estar incluso na categoria "Partidos políticos do Brasil", o Partido Português não era efetivamente um partido político formalmente constituído no sentido moderno do termo, mas sim uma corrente de opinião. Seu sucessor ideológico foi o Partido Restaurador, conhecido depreciativamente como "os caramurus".

- D. Pedro I não quer voltar pois não quer se tornar o que seu pai e tornou: um governante meramente ilustrativo, como demonstra cartas enviadas de um para o outro.
-  D. Pedro sofre influência direta do Partido Brasileiro
- 09/01/1822: Dia do Fico – mesmo mediante pressão da elite portuguesa, ele fica no Brasil.
“Se é para o bem de todos e felicidade geral da Nação, estou pronto! Digam ao povo que fico.”

Após o Dia do Fico (9 de janeiro de 1822), no qual o príncipe dom Pedro se recusa a cumprir as ordens de Lisboa para retornar a Portugal, o Brasil passa a fervilhar.

Em agosto de 1822, já estava claro que o Brasil poderia ser rebaixado de Reino Unido a colônia, ou, então, ser dividido, em razão dos movimentos das elites locais.

Surge em São Paulo uma guerra civil separatista. Em 13 de agosto, dom Pedro passa a Leopoldina o poder, nomeando-a chefe do Conselho de Estado e princesa regente interina do Brasil. Ele vai à província de São Paulo evitar a insurreição.

Chegam notícias de que 7.200 homens do Exército português seriam enviados ao Brasil para forçar o retorno imediato do príncipe regente e da princesa Leopoldina a Portugal. A princesa não titubeia. Como chefe interina do governo, convoca, na manhã de 2 de setembro, o Conselho de Estado e assina decreto declarando o Brasil separado de Portugal. D. Leopoldina fez valer a sua imensa influência política sobre o marido.
(José Antonio Dias Toffoli)

- D. Pedro I começa a andar pelo Brasil para analisar se tem apoio das elites para proclamar a Independência.
- Portugal ameaça enviar tropas.
- 13/08/1822: D. Pedro I nomeia Leopoldina chefe do Conselho de Estado e Princesa Regente Interina do Brasil.
- Voltando de Santos, chegando a São Paulo, sua esposa, D. Leopoldina, recebe uma carta em que Portugal estava vindo.
-  07/09/1822: D. Pedro proclama Independência do Brasil – Gritos do Ipiranga*.
- 01º/12/1822: Leopoldina é nomeada Imperatriz.

Maria Leopoldina foi a primeira esposa do imperador D. Pedro I e Imperatriz Consorte do Império do Brasil de 1822 até sua morte, também brevemente sendo Rainha Consorte do Reino de Portugal e Algarves entre março e maio de 1826. Era filha do imperador Francisco I da Áustria e de sua segunda esposa Maria Teresa das Duas Sicílias.

É considerada por muitos historiadores como a principal articuladora do processo de Independência do Brasil, em setembro de 1822. Consequentemente, é tida como a primeira mulher a tornar-se chefe de estado na história do Brasil independente.
(Fonte: GOB-MS Secretaria Estadual de Educação e Cultura)


*Gritos do Ipiranga:
Há teses sobre este dia, como:
- Ele estava em uma mula, não em um cavalo;
- Ele estava a pé;
- Tinha apenas 4 a 5 pessoas com ele;
- Não existiu o Grito do Ipiranga;
- Ele estava com diarreia devido às longas viagens.

Obs.1: Pressão da elite, com destaque para o conselheiro de D. Pedro I – José Bonifácio.
Obs.2: Não houve participação popular.
Obs.3: A Independência trouce mais continuidades do passado colonial do que rupturas.
----- Nós ficamos independentes, mas com um rei português que, por exemplo, valoriza muito mais as instituições portuguesas.
----- A mão de obra escrava não termina.
----- Monocultura exportadora
Obs.4: A utilização das artes como forma de mostrar algo que não existiu.
----- Pedro Inácio (1888): pintor contratado pela Corte Brasileira. O intuito é mostrar D. Pedro I como o líder e herói da Independência do Brasil.

----- François-René Moreaux (1844): pintor romancista francês que demonstra D. Pedro I como um líder popular.


José Bonifácio de Andrada e Silva foi um cientista, político e estadista brasileiro cujas ideias e influência política foram decisivas para a Independência do Brasil. Liberal e defensor da monarquia constitucional, José Bonifácio sustentava algumas ideias para o desenvolvimento do Brasil: defende a civilização dos índios, a abolição gradual dos escravos, criação de escolas de ensino técnico, reforma agrária, proibição de contrair empréstimos estrangeiros, transferência da capital do Brasil para uma cidade à cabeceira do Rio São Francisco.

(Juliana Bezerra|PUC-RJ)













BIBLIOGRAFIA
FAUSTO, Boris. História Concisa do Brasil. Imprensa Ofical, 2001.

LEMBO, Claudio. A Pessoa - Seus Direitos. Editora Manole, 2007.

PRADO JR, Caio. História econômica do Brasil.

SODRÉ, Nelson. Werneck. As razões da independência.

VARELA, Alex Gonçalves. Atividades científicas na "Bela e Bárbara" capitania de São Paulo (1796-1823). Anablume, 2009.

Brasil deve sua independência a uma mulher: Maria Leopoldina. Conjur, 2020. Disponível em: https://www.conjur.com.br/2020-mar-08/brasil-independencia-mulher-maria-leopoldina

José Bonifácio. Toda Matéria. Disponível em: https://www.todamateria.com.br/jose-bonifacio/

Maria Leopoldina assina o decreto da Independência do Brasil. GOB-MS, 2018. Disponível em: http://www.gobms.org.br/noticias/editoriais/maria-leopoldina-assina-o-decreto-da-independencia-do-brasil-772.html

Noticiário do Exército (7 de setembro de 2008). «A Independência do Brasil - O corte dos laços com Portugal». Consultado em 17 de agosto de 2013

Vídeo aula do CANAL PARABÓLICA https://youtu.be/hOiKSiek0xw

Portal Brasil.net. «A História do Brasil - Período Imperial». Consultado em 30 de março de 2020

Fonte das fotos utilizadas:
IV. https://pt.wikipedia.org/wiki/Jos%C3%A9_Bonif%C3%A1cio_de_Andrada_e_Silva


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ARTIGOS DO AUTOR:
Artigo 01:

Artigo 02:

Artigo 03:

TCC:

sábado, 28 de março de 2020

PERÍODO JOANINO [1808-1822]

PERÍODO JOANINO [1808-1822]

|CONTEXTO
- Resumo: Quando a Família Real vem residir no Brasil, fugindo de Napoleão Bonaparte.

- Napoleão Bonaparte decreta o Bloqueio Continental com a Inglaterra (Decreto de Berlim|21/11/1806). Nenhuma nação poderia comercializar com a Inglaterra. Quem desobedecesse seria invadido por tropas francesas. Porém, Portugal não tinha condições de romper com a Inglaterra, visto que:
--- dependia da Inglaterra (Tratado de Methuen ou Tratado dos Panos e Vinhos);
--- devia à Inglaterra;
--- havia ameaça dos territórios coloniais caso houvesse quebra de acordos comerciais.

- Para o Bloqueio Continental ter efeito era necessário que todos os países (nos extremos do Continente) seguissem à ideia, o que não aconteceu.

O Bloqueio Continental foi um decreto datado de 21 de novembro de 1806, que consistia em impedir o acesso a portos dos países dominados pelo Império Francês a navios do Reino Unido da Grã-Bretanha (Inglaterra) e Irlanda. Com isso, o principal objetivo era isolar economicamente as Ilhas Britânicas, sufocando suas relações comerciais.

Mas, para que o Bloqueio Continental tivesse total eficácia, a França dependia de que todos os países da Europa aderissem à ideia, e para isso era necessária a adesão de todos os portos localizados nos extremos do Continente. Os portos dos impérios russo, austríaco e português eram os quais Napoleão precisava para seu êxito total no decreto.

O acordo de Tilsit, firmado com o Czar Alexandre I da Rússia em julho de 1807, garantiu o encerramento do extremo leste da Europa. Agora faltava o extremo Oeste, onde ficavam os portos das cidades de Lisboa e do Porto, pertencentes ao império português.
O Governo de Portugal se recusava a aderir ao bloqueio devido a sua aliança com a Inglaterra, da qual era extremamente dependente. Suas riquezas vinham de suas colônias, principalmente do Brasil. Com um reino decadente, Portugal não tinha como enfrentar Napoleão.

A Inglaterra reagiu, e em janeiro de 1807 foram emitidas algumas ordenanças que institucionalizaram o comportamento da Marinha Real Britânica com relação aos navios neutros que tinham como destino os portos franceses. Os navios abordados em alto-mar eram capturados e vendidos em leilão, além de ter toda a carga sequestrada. Como resultado, as mercadorias coloniais desapareceram dos mercados dos países que aderiram ao bloqueio.

Em agosto de 1807, Napoleão enviou um ultimato ao Príncipe Regente de Portugal, D. João (que viria a se tornar D. João VI). Ou ele rompia com a Inglaterra, ou Portugal seria invadido pelas tropas francesas. Mas, a Inglaterra ofereceu proteção à Família Real Portuguesa e forçou D. João á aceitar o embarque para o Brasil. (Leia: a Vinda da Família Real Portuguesa para o Brasil).

O bloqueio ficou mal visto pelas nações “aliadas” à França e isto contribuiu para reduzir o prestigio de Napoleão nas terras por ele conquistadas.
(Cristine Delphino)

- O príncipe regente de Portugal chega à conclusão que é hora de abandonar Portugal e vêm a Portugal. Uma grande quantidade de pessoas vem ao Brasil.
- Reclamaram de tudo: piolho, disenteria, diarreia, viagem longa (desconforto) etc.

O embarque da Corte portuguesa aconteceu entre os dias 25 e 27 de novembro de 1807. Estima-se que de 10 a 15 mil pessoas tenham se mudado para o Brasil junto com o rei português. (FAUSTO, Bóris.2013, p.105)

- A maior parte foi para o Rio de Janeiro. A Família Real desceu em Salvador: conhecer a primeira capital e agradar a população brasileira.

Eg.: É daí que surge a primeira rivalidade entre brasileiros e portugueses, visto que a prioridade era sempre dos portugueses. Ex.: brasileiro saia de sua moradia para português morar; português tinha cargos melhores.

- O Brasil começa a ter uma face. D. João VI permite a criação de universidades, teatros, museus... ou seja, visto que eles não sabiam quanto tempo ficariam aqui, eles tentam ‘europeizar’ o Brasil. Brasil não tinha nada, na concepção portuguesa, visto que o país era uma Colônia de exploração.


|DADOS IMPORTANTES
- Em 1808 é declarada a Abertura dos Portos às Nações Amigas, acabando com o monopólio do Pacto Colonial. Ou seja: acabou aquela história de que tudo que faz, tudo que sai do Brasil vai direto para a metrópole. Além do mais, a Família Real está morando agora aqui.
- 01º/04/1808: D. João revoga o alvará de 5 de janeiro de 1785, que abolia o estabelecimento das manufaturas e indústrias no Brasil e em todos os seus domínios ultramarinos. Almejava com esta medida promover a "riqueza nacional", melhorando consequentemente a agricultura, e fornecendo meios para a subsistência de seus vassalos.
- 13/06/1808: inauguração do Jardim Botânico.
- 12/10/1808: D. João VI cria o Banco do Brasil, visto que não se pode mais utilizar o banco de Portugal. Ou seja, as negociações devem ser feitas aqui.
- 1809: incentivado pela Inglaterra, D. João VI ordenou a invasão da Guiana Francesa, local que foi dominado pelos portugueses até 1817.
- Em 1810 são assinados dois tratados em Inglaterra e Portugal:
--- Tratado de Comércio e Navegação: os produtos britânicos pagariam menos impostos ao entrar no Brasil. Ou seja, o Brasil está dando prioridade aos produtos da Inglaterra. Há uma facilidade no comércio.
--- Tratado de Aliança e Amizade: tinha como finalidade extinguir o tráfico negreiro.

Eg.: Já se observa uma certa independência de Brasil em relação a Portugal.

- 1811: D. João VI conquista/anexa a Cisplatina (atual Uruguai) ao território brasileiro. A Cisplatina foi colônia espanhola e Napoleão também tinha invadido a Espanha. José Bonaparte (rei da Espanha) foi colocado por seu irmão, Napoleão Bonaparte.
- 1815: Napoleão é derrotado por Inglaterra, Áustria, Prússia e Rússia. O que fazer com a Europa?
- Missão Francesa: vinda de artistas clássicos franceses como uma tentativa de influenciar o Brasil a criar seu movimento artístico (clássico).
- Os países que venceram de Napoleão decidem devolver as nações conquistadas por Napoleão aos seus ‘donos originais’.
- 1814-1815: Tratado de Viena – D. João VI ficou sem Portugal pois ele não batalhou pelo país.
- 16/12/1815: para não ficar por baixo por causa do Tratado de Viena, D. João VI eleva o Brasil à Reino Unido a Portugal e Algarves.
--- Quem amou isso: grande parte da elite brasileira.
--- Quem odiou: a elite portuguesa.


Eg.: Em 1817 temos a Revolução Pernambucana: população revoltada com os altos gastos da Coroa Portuguesa no Brasil. A ideia era separar Pernambuco e transformar em uma república própria. É uma revolução com influência da independência dos Estados Unidos e do Iluminismo. Foi reprimida pelo governo violentamente.

- Em 1820 a elite portuguesa faz a Revolução (Liberal) do Porto, exigindo o retorno da Família Real e a recolonização do Brasil. Portugal estava passando por um processo de transformação de Monarquia para Monarquia Parlamentarista, onde o Rei reina, mas não tem todas as esferas do governo.
--- Condição: se a Família Real não voltar para Portugal, D. João VI perde o trono português.
--- Há uma questão: se a Família Real voltar para Portugal, a elite brasileira (que está mais forte) faz a Independência do Brasil. Se fica no Brasil, eles tiram o reino de Portugal.
--- Solução: a Família Real retorna para Portugal e deixa seu filho, D. Pedro I (Príncipe Regente).
--- Pensamento: se a elite brasileira tentar fazer a Independência, tenta segurar. Se for difícil segurar, quem faz a Independência é D. Pedro I.

- Eg.: Em 1821 D. João VI pega todo dinheiro do Banco do Brasil e volta para Portugal, levando-o à falência.

Finalmente, em fevereiro de 1821, tropas portuguesas dos quartéis do Rio de Janeiro amotinaram-se, exigindo que D. João VI retornasse a Portugal. Houve conflitos e mortes e só o rei poderia evitar uma guerra civil. Assim, nomeou Regente seu filho primogênito em 22 de abril de 1821 e quatro dias depois embarcou para Lisboa. Ao chegar, jurou a Constituição. Já o seu herdeiro, Pedro de Bragança, no entanto, recusava-se a regressar exclamando, em 9 de janeiro de 1822, ante instâncias do Senado da Câmara do Rio de Janeiro, Diga ao povo que fico! A 7 de Setembro de 1822, Pedro declara a independência do Brasil. Proclama-se Imperador. O resto do reinado de João VI é passado em tentativas de reversão desta medida e de pacificação entre os filhos Pedro e Miguel.

Quando a família real portuguesa veio morar no Brasil, em 1808, o rei Dom João 6º precisou tomar algumas providências para que a colônia ficasse mais moderna. Por isso, entre outras coisas, o rei construiu uma biblioteca, abriu os portos às nações amigas e criou o Banco do Brasil. A abertura dos portos significava que o Brasil podia vender e comprar produtos de diversos lugares e não apenas de Portugal. Com isso, moedas diferentes iam começar a circular pela colônia. Assim, era necessário que o país tivesse um banco para, por exemplo, trocar moeda estrangeira. Mas o começo da história do banco não foi muito feliz. Os brasileiros e portugueses que moravam aqui demoraram para aplicar dinheiro no banco. Como a existência de um banco era novidade na colônia, talvez as pessoas preferissem investir o dinheiro na compra de escravos, terras e mercadorias. Dos quatro diretores que o banco teve, três pediram dinheiro emprestado. Depois, para não pagar o que deviam, se declararam falidos. Um dos tesoureiros roubou o banco e fugiu para os Estados Unidos levando consigo um dinheirão. Quando D. João 6º voltou para Lisboa, em abril de 1821, levou no porão do seu navio todo o dinheiro que havia no banco. As pessoas que tinham guardado dinheiro no Banco do Brasil ficaram sem nada. O banco acabou fechando em 1829. Um novo Banco do Brasil só foi criado em julho de 1851 e é o que existe até hoje.
(Fonte: Folha de S. Paulo)

BIBLIOGRAFIA
DELPHINO, Cristine. Bloqueio Continental. Info Escola. Disponível em: https://www.infoescola.com/historia/bloqueio-continental/  

FAUSTO, Boris. História do Brasil. São Paulo: Edusp, 2013.

LUÍSA, Ana. Do Bloqueio Continental à 1º Invasão Francesa. Blogue Histórico 6º ano, 2007. Disponível em: http://bloguehistorico6.wordpress.com/2007/12/08/do-bloqueio-continental-a-1%C2%BA-invasao-francesa/ 

NAVARRO, Roberto. Como Napoleão perdeu a guerra? Superinteressante, 2020. Disponível em: https://super.abril.com.br/mundo-estranho/como-napoleao-perdeu-a-guerra/

PRADO JR, Caio. História econômica do Brasil.

SODRÉ, Nelson. Werneck. As razões da independência.

Vídeo aula ‘PERÍODO JOANINO PARA O ENEM - Aula #08’

Vídeo aula do Professor Admilson Costa

Alvará de 1808 que autoriza as fábricas e manufaturas no Brasil. História Luso, 2018. Disponível em: http://historialuso.an.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=3675&catid=145&Itemid=279

Rei levou dinheiro do Banco do Brasil. Folha de S. Paulo, 1995. Disponível em: https://www1.folha.uol.com.br/fsp/1995/9/08/folhinha/7.html

Dom João VI faliu o Banco do Brasil em 1821. Nossa Política, 2016. Disponível em: https://nossapolitica.net/2016/10/dom-joao-vi-faliu-banco-brasil/


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III. https://www.elo7.com.br/adesivo-brasao-do-imperio-de-portugal-brasil-e-algarves/dp/FBDB64

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PESQUISA & TEXTO | Raphael Paiva
(Criador do Blog | Professor de História e Inglês | Responsável pela Correção Ortográfica)

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