REVOLTAS
REGENCIAIS
|INTRODUÇÃO
As revoltas do período
regencial não se enquadram em uma moldura única. Tinham a ver com as
dificuldades da vida cotidiana e as incertezas da organização política. Mas
cada uma delas resultou de realidades específicas, provinciais ou locais.
Muitas rebeliões, sobretudo até meados da década de 1830, ocorreram nas
capitais mais importantes, tendo como protagonistas a tropa e o povo. No Rio de
Janeiro, houve cinco levantes entre 1831 e 1832. Em 1832, a situação se tornou
tão séria que o Conselho de Estado foi consultado sobre que medidas se deveria
tomar para salvar o imperador menino caso a anarquia se instalasse na cidade e
as províncias do Norte se separassem das do Sul. (FAUSTO, 2012, p.88)
I.
Guerra dos Cabanos – Pernambuco (1832-1835)
II.
Revolta dos Malês – Bahia (1835)
III.
Cabanagem – Pará (1835-1840)
IV.
Sabinada – Bahia (1837-1838)
V.
Balaiada – Maranhão (1838-1840)
VI.
Farroupilha – Rio Grande do Sul (1836-1845)
|CONTEXTO
Temos um Brasil em processo de
formação. É o período entre D. Pedro I e D. Pedro II. As províncias não se
sentem parte do todo. O governo regencial vai tentar fazer com que eles se
sintam parte, mas muitas vezes esta tentativa será de forma agressiva. Temos a
criação, em 1831, da GUARDA NACIONAL, para manter a ordem no país. Esse
sentimento de não pertencimento gerava as Revoltas Regenciais, que eram
tentativas de se tornar independente do Brasil. Na maioria dos casos o governo
reprimia severamente.
|GUERRA
DOS CABANOS [Pernambuco|1832-1835]
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“movimento essencialmente rural” (FAUSTO, 2012, p.88);
-
“pequenos proprietários, trabalhadores do campo, índios, escravos e, no início,
alguns senhores de engenho” (FAUSTO, 2012, p.88);
-
“lutavam pela religião e pelo retorno do Imperador contra os chamados “carbonários
jacobinos”” (FAUSTO, 2012, p.88);
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“contaram com o apoio inusitado de comerciantes portugueses de Recife e de
políticos restauracionistas na capital do Império” (FAUSTO, 2012, p.88-89);
-
“Depois de uma guerra de guerrilhas, os rebeldes foram afinal derrotados,
ironicamente, por Manuel de Carvalho Pais de Andrade, a mesma pessoa que
proclamara em 1824 a Confederação do Equador e era agora presidente da
província” (FAUSTO, 2012, p.89).
|CABANAGEM
[Pará|1835-1840]
Revolta popular dos cabanos no Pará,
que se aliaram à elite local (principalmente os agricultores. Os governantes
brasileiros sempre escolhiam os governadores. Logo, essa elite quer ter mais
autonomia). Lutavam por melhores condições de vida e contra a centralização do
poder pela regência. Os líderes Félix Malcher e Francisco Vinagre traíram o
movimento, se alinhando à Regência. Analisa-se que eles não queriam separar o
Pará. O que eles desejavam era chegar ao poder e governar junto com a Regência.
Eles são assassinados. Apenas Eduardo Angelim foi fiel aos cabanos.
-
Nomeação do presidente da província;
-
Insatisfação entre grupos da elite local;
-
Proclamação da Independência do Pará;
-
Uma tropa formada por negros, mestiços e índios ataca a capital (Belém),
conquistando-a;
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Matam o governador;
-
Quem assume o poder são membros da elite;
-
A repressão foi violenta: 30.000 mortes.
-
“Belém acabou sendo praticamente destruída e a economia foi devastada” (FAUSTO,
2012, p.90).
|REVOLTA
DO MALÊS [Bahia|1835]
Escravos africanos de religião
islâmica lutavam por liberdade religiosa e principalmente pelo fim da
escravidão. A revolta durou pouco tempo pois foi reprimida pela elite local e
pelo governo regencial. O processo de luta seria tomar as fazendas, matar os
senhores e conseguir a liberdade gradativamente. Mas os revoltosos só
conseguiram tomar uma fazenda e foram reprimidos.
|SABINADA
[Bahia|1836-1838]
O médico Francisco Sabino Álvares da
Rocha Vieira Barroso conclamou a população contra o alistamento obrigatório da
Guarda Nacional, e pela proclamação da República Baiana até a coroação de D.
Pedro II. “A Sabinada reuniu uma base ampla de apoio, incluindo pessoas da
classe média e do comércio de Salvador, e torno de ideias federalistas e
republicanas” (FAUSTO, 2012, p.90).
-
Divisão dos escravos entre nacionais e estrangeiros;
-
Os cativos crioulos que tivessem pegado em armas pela revolução seriam
libertados;
-
Cerca de 1800 mortos.
Tropas
do Império se preparam para atacar os revoltosos da Balaiada.
Ilustração:
Rugendas
|
|BALAIADA
[Maranhão|1838-1841]
“A Balaiada maranhense começou a
partir de uma série de disputas entre grupos da elite local. As rivalidades
acabaram resultando em uma revolta popular” (FAUSTO, 2021, p.90). População podre
do Maranhão, formada por balaios (artesãos), escravos e quilombolas (liderados
por NEGRO COSME; grande parte são ex-escravos), lutando por sobrevivência. Os rebeldes
conseguiram dominar a importante Vila de Caxias, mas com a maioridade de D.
Pedro II, Luís Alves de Lima e Silva (DUQUE DE CAXIAS) reprimiu o movimento
(11.000 mortos).
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As rivalidades ocorreram em uma área de pequenos produtores de algodão e
criadores de gado;
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Temos a Revolução Industrial ocorrendo, mas o Brasil ainda não estava se
modernizando;
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O algodão brasileiro entra em crise. Ex.: o algodão dos Estados Unidos batia o
nosso.
-
Líderes do movimento: Raimundo Gomes, Francisco dos Anjos Ferreira (que fazia e
vendia balaios, originando o nome da revolta) e Cosme. “Ferreira aderiu à rebelião
para vingar a honra de uma filha, violentada por um capitão de polícia. Paralelamente,
surgiu um líder negro conhecido como Cosme – sem sobrenome pelo menos nos relatos
históricos – à frente de 3 mil escravos fugidos” (FAUSTO, 2012, p.90).
-
Os balaios tomam Vila de Caxias, mesmo sem muita organização;
As várias tendências
existentes entre os “balaios” resultaram em desentendimentos. Por sua vez, a
ação das tropas do governo central foi rápida e eficaz. Os rebeldes foram
derrotados em meados de 1840. Seguiu-se a concessão de uma anistia, condicionada
à reescravização dos negros rebeldes. Cosme foi enforcado em 1842. No comando
das tropas imperiais figurou um oficial com presença constante nos confrontos
políticos e nas batalhas do Segundo Reinado: Luís Alves de Lima e Silva, que na
ocasião recebeu o título de barão de Caxias. (FAUSTO, 2012, p.91)
-
O governo reprime;
-
1840: maioridade de D. Pedro II;
-
D. Pedro II nomeia Luís Alves de Lima e Silva para Comandante da Guarda
Nacional;
-
Ele reprime e retoma a Vila de Caxias;
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11.000 mortos;
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Negro Cosme é condenado ao enforcamento;
-
Muitos escravos voltam para o cativeiro, para a escravidão; muitos são
deportados para a África;
-
Por honra, D. Pedro II concede o título de nobre a Luís Alves de Lima e Silva
de BARÃO DE CAXIAS.
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Ele é o cara que vai combater na Guerra do Paraguai;
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Ele é sobrinho de Joaquim Silvério dos Reis (traidor da Inconfidência Mineira).
Em
setembro de 1836, os farrapos declararam a separação do Rio Grande do Sul do
Brasil e a fundação da República de Piratini.
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|REVOLUÇÃO
FARROUPILHA ou GUERRA DOS FARRAPOS [Rio Grande do Sul e Santa
Catarina|1835-1845]
Produtores de charque do sul do
Brasil contra a desvalorização de seu produto pelo governo regencial. Proclamam
a República Rio Grandense e a República Catarinense (Juliana). A revolta teve
seu fim com a maioridade de D. Pedro II e o TRATADO DE PONCHE VERDE, onde DUQUE
DE CAXIAS negociou a paz sem punição. É ‘farrapos’ ou ‘farroupilhas’ por causa
das vestimentas que muitos soldados usavam durante este período.
As queixas do Rio Grande
do Sul contra o governo central vinham de longe. Os gaúchos consideravam que,
apesar da contribuição da província para a economia brasileira, ela era
explorada por meio de um sistema de pesados impostos. As reinvindicações de
autonomia e mesmo de separação eram antigas e abrangiam muitas vezes tanto
conservadores quanto liberais. (FAUSTO, 2012, p.92)
Os Farrapos contaram com
o concurso de alguns oficiais do Exército, chegados havia pouco ao Rio Grande
do Sul. Em suas fileiras destacaram-se também pelo menos duas dezenas de
revolucionários italianos refugiados no Brasil, sendo o mais célebre deles
Giuseppe Garibaldi. A figura mais importante do movimento foi Bento Gonçalves,
filho de um rico estancieiro, com larga experiência militar nas guerras da
região. Organizou lojas maçônicas na fronteira e usou o serviço postal dos
maçons como uma alternativa para sua correspondência secreta. (FAUSTO, 2012, p.92)
GIUSEPPE GARIBALDI
|
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Elite local/grandes produtores de charque (carne de sol);
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Mas o governo dava certa regalia para outras nações para poder comercializar o
charque que tinha menos impostos, como Argentina e Uruguai;
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Insatisfação da elite com o governo;
DUQUE DE CAXIAS |
-
Essa elite é republicana;
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Formaram suas tropas farroupilhas;
-
Prometeram aos escravos alistados nas tropas que conseguiriam a liberdade;
-
Garibaldi e Davi Canabarro levam a guerra ao norte da província e assumem, por
um tempo, o controle de Santa Catarina;
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1838: proclamada a República de Piratini – presidência: Bento Gonçalves.
A posição do governo
central foi entremeada de combates e concessões aos rebeldes. A liderança dos
Farrapos era constituída de gente de elite e a região onde lutavam tinha para o
Império grande importância estratégia. Por exemplo, em princípios de 1840 o governo
cedeu a uma das principais exigências econômicas dos “farrapos”, decretando uma
taxa de importação d 25% sobre a carne salgada vinda do Prata que concorria com
a nacional. (FAUSTO, 2012, p.93)
-
1840: D. Pedro II é coroado;
-
1842: D. Pedro II nomeia DUQUE DE CAXIAS presidente e comandante de armas da
província. “Ele combinou habilmente uma política de ataque militar e medidas de
apaziguamento” (FAUSTO, 2012, p.93);
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TRATADO DE PONCHE VERDE: eles abaixariam as armas, as Repúblicas deixariam de
existir e, em troca, eles não seriam punidos e o charque seria mais valorizado
(mais imposto para o estrangeiro e menos imposto para o deles);
-
1845: Tratado assinado.
Afinal, em 1845, após
acordos em separado com vários chefes rebeldes, Caxias e Canabarro assinaram a
paz. Não era uma rendição incondicional. Foi concedida uma anistia geral aos
revoltosos, os oficiais farroupilhas integraram-se, de acordo com suas
patentes, ao Exército brasileiro, e o governo imperial assumiu as dívidas da
República de Piratini. (FAUSTO, 2012, p.93)
BIBLIOGRAFIA
FAUSTO,
Boris. História Concisa do Brasil.
PRADO
JR, Caio. História econômica do Brasil.
Vídeo
aula do CANAL PARABÓLICA
Vídeo
aula do Professor Admilson Costa
FONTE
DAS FOTOS UTILIZADAS
IV. https://conhecimentocientifico.r7.com/sabinada-o-conflito-que-pretendia-criar-a-republica-baiana/
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PESQUISA & TEXTO | Raphael Paiva
(Criador do Blog | Professor de História e Inglês | Responsável pela Correção Ortográfica)
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ARTIGOS DO AUTOR:
Artigo 01:
Artigo 02:
Artigo 03:
Trabalho sobre 'Movimento Negro Brasileiro' [Resenha]
Artigo 04:
História da Música Evangélica Brasileira: Causas e Contexto de sua origem! [2ª EDIÇÃO - Atualizado]
Artigo 04:
História da Música Evangélica Brasileira: Causas e Contexto de sua origem! [2ª EDIÇÃO - Atualizado]
Artigo 05:
TCC:
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