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quinta-feira, 2 de abril de 2020

REVOLTAS REGENCIAIS

REVOLTAS REGENCIAIS

|INTRODUÇÃO
As revoltas do período regencial não se enquadram em uma moldura única. Tinham a ver com as dificuldades da vida cotidiana e as incertezas da organização política. Mas cada uma delas resultou de realidades específicas, provinciais ou locais. Muitas rebeliões, sobretudo até meados da década de 1830, ocorreram nas capitais mais importantes, tendo como protagonistas a tropa e o povo. No Rio de Janeiro, houve cinco levantes entre 1831 e 1832. Em 1832, a situação se tornou tão séria que o Conselho de Estado foi consultado sobre que medidas se deveria tomar para salvar o imperador menino caso a anarquia se instalasse na cidade e as províncias do Norte se separassem das do Sul. (FAUSTO, 2012, p.88)

I. Guerra dos Cabanos – Pernambuco (1832-1835)
II. Revolta dos Malês – Bahia (1835)
III. Cabanagem – Pará (1835-1840)
IV. Sabinada – Bahia (1837-1838)
V. Balaiada – Maranhão (1838-1840)
VI. Farroupilha – Rio Grande do Sul (1836-1845)

|CONTEXTO
            Temos um Brasil em processo de formação. É o período entre D. Pedro I e D. Pedro II. As províncias não se sentem parte do todo. O governo regencial vai tentar fazer com que eles se sintam parte, mas muitas vezes esta tentativa será de forma agressiva. Temos a criação, em 1831, da GUARDA NACIONAL, para manter a ordem no país. Esse sentimento de não pertencimento gerava as Revoltas Regenciais, que eram tentativas de se tornar independente do Brasil. Na maioria dos casos o governo reprimia severamente.

|GUERRA DOS CABANOS [Pernambuco|1832-1835]
- “movimento essencialmente rural” (FAUSTO, 2012, p.88);
- “pequenos proprietários, trabalhadores do campo, índios, escravos e, no início, alguns senhores de engenho” (FAUSTO, 2012, p.88);
- “lutavam pela religião e pelo retorno do Imperador contra os chamados “carbonários jacobinos”” (FAUSTO, 2012, p.88);
- “contaram com o apoio inusitado de comerciantes portugueses de Recife e de políticos restauracionistas na capital do Império” (FAUSTO, 2012, p.88-89);
- “Depois de uma guerra de guerrilhas, os rebeldes foram afinal derrotados, ironicamente, por Manuel de Carvalho Pais de Andrade, a mesma pessoa que proclamara em 1824 a Confederação do Equador e era agora presidente da província” (FAUSTO, 2012, p.89).


|CABANAGEM [Pará|1835-1840]
            Revolta popular dos cabanos no Pará, que se aliaram à elite local (principalmente os agricultores. Os governantes brasileiros sempre escolhiam os governadores. Logo, essa elite quer ter mais autonomia). Lutavam por melhores condições de vida e contra a centralização do poder pela regência. Os líderes Félix Malcher e Francisco Vinagre traíram o movimento, se alinhando à Regência. Analisa-se que eles não queriam separar o Pará. O que eles desejavam era chegar ao poder e governar junto com a Regência. Eles são assassinados. Apenas Eduardo Angelim foi fiel aos cabanos.

- Nomeação do presidente da província;
- Insatisfação entre grupos da elite local;
- Proclamação da Independência do Pará;
- Uma tropa formada por negros, mestiços e índios ataca a capital (Belém), conquistando-a;
- Matam o governador;
- Quem assume o poder são membros da elite;
- A repressão foi violenta: 30.000 mortes.
- “Belém acabou sendo praticamente destruída e a economia foi devastada” (FAUSTO, 2012, p.90).


|REVOLTA DO MALÊS [Bahia|1835]
            Escravos africanos de religião islâmica lutavam por liberdade religiosa e principalmente pelo fim da escravidão. A revolta durou pouco tempo pois foi reprimida pela elite local e pelo governo regencial. O processo de luta seria tomar as fazendas, matar os senhores e conseguir a liberdade gradativamente. Mas os revoltosos só conseguiram tomar uma fazenda e foram reprimidos.


|SABINADA [Bahia|1836-1838]
            O médico Francisco Sabino Álvares da Rocha Vieira Barroso conclamou a população contra o alistamento obrigatório da Guarda Nacional, e pela proclamação da República Baiana até a coroação de D. Pedro II. “A Sabinada reuniu uma base ampla de apoio, incluindo pessoas da classe média e do comércio de Salvador, e torno de ideias federalistas e republicanas” (FAUSTO, 2012, p.90).

- Divisão dos escravos entre nacionais e estrangeiros;
- Os cativos crioulos que tivessem pegado em armas pela revolução seriam libertados;
- Cerca de 1800 mortos.

Tropas do Império se preparam para atacar os revoltosos da Balaiada.
Ilustração: Rugendas
|BALAIADA [Maranhão|1838-1841]
            “A Balaiada maranhense começou a partir de uma série de disputas entre grupos da elite local. As rivalidades acabaram resultando em uma revolta popular” (FAUSTO, 2021, p.90). População podre do Maranhão, formada por balaios (artesãos), escravos e quilombolas (liderados por NEGRO COSME; grande parte são ex-escravos), lutando por sobrevivência. Os rebeldes conseguiram dominar a importante Vila de Caxias, mas com a maioridade de D. Pedro II, Luís Alves de Lima e Silva (DUQUE DE CAXIAS) reprimiu o movimento (11.000 mortos).

- As rivalidades ocorreram em uma área de pequenos produtores de algodão e criadores de gado;
- Temos a Revolução Industrial ocorrendo, mas o Brasil ainda não estava se modernizando;
- O algodão brasileiro entra em crise. Ex.: o algodão dos Estados Unidos batia o nosso.
- Líderes do movimento: Raimundo Gomes, Francisco dos Anjos Ferreira (que fazia e vendia balaios, originando o nome da revolta) e Cosme. “Ferreira aderiu à rebelião para vingar a honra de uma filha, violentada por um capitão de polícia. Paralelamente, surgiu um líder negro conhecido como Cosme – sem sobrenome pelo menos nos relatos históricos – à frente de 3 mil escravos fugidos” (FAUSTO, 2012, p.90).
- Os balaios tomam Vila de Caxias, mesmo sem muita organização;

As várias tendências existentes entre os “balaios” resultaram em desentendimentos. Por sua vez, a ação das tropas do governo central foi rápida e eficaz. Os rebeldes foram derrotados em meados de 1840. Seguiu-se a concessão de uma anistia, condicionada à reescravização dos negros rebeldes. Cosme foi enforcado em 1842. No comando das tropas imperiais figurou um oficial com presença constante nos confrontos políticos e nas batalhas do Segundo Reinado: Luís Alves de Lima e Silva, que na ocasião recebeu o título de barão de Caxias. (FAUSTO, 2012, p.91)

- O governo reprime;
- 1840: maioridade de D. Pedro II;
- D. Pedro II nomeia Luís Alves de Lima e Silva para Comandante da Guarda Nacional;
- Ele reprime e retoma a Vila de Caxias;
- 11.000 mortos;
- Negro Cosme é condenado ao enforcamento;
- Muitos escravos voltam para o cativeiro, para a escravidão; muitos são deportados para a África;
- Por honra, D. Pedro II concede o título de nobre a Luís Alves de Lima e Silva de BARÃO DE CAXIAS.
--- Ele é o cara que vai combater na Guerra do Paraguai;
--- Ele é sobrinho de Joaquim Silvério dos Reis (traidor da Inconfidência Mineira).

Em setembro de 1836, os farrapos declararam a separação do Rio Grande do Sul do Brasil e a fundação da República de Piratini.
|REVOLUÇÃO FARROUPILHA ou GUERRA DOS FARRAPOS [Rio Grande do Sul e Santa Catarina|1835-1845]
            Produtores de charque do sul do Brasil contra a desvalorização de seu produto pelo governo regencial. Proclamam a República Rio Grandense e a República Catarinense (Juliana). A revolta teve seu fim com a maioridade de D. Pedro II e o TRATADO DE PONCHE VERDE, onde DUQUE DE CAXIAS negociou a paz sem punição. É ‘farrapos’ ou ‘farroupilhas’ por causa das vestimentas que muitos soldados usavam durante este período.

As queixas do Rio Grande do Sul contra o governo central vinham de longe. Os gaúchos consideravam que, apesar da contribuição da província para a economia brasileira, ela era explorada por meio de um sistema de pesados impostos. As reinvindicações de autonomia e mesmo de separação eram antigas e abrangiam muitas vezes tanto conservadores quanto liberais. (FAUSTO, 2012, p.92)

Os Farrapos contaram com o concurso de alguns oficiais do Exército, chegados havia pouco ao Rio Grande do Sul. Em suas fileiras destacaram-se também pelo menos duas dezenas de revolucionários italianos refugiados no Brasil, sendo o mais célebre deles Giuseppe Garibaldi. A figura mais importante do movimento foi Bento Gonçalves, filho de um rico estancieiro, com larga experiência militar nas guerras da região. Organizou lojas maçônicas na fronteira e usou o serviço postal dos maçons como uma alternativa para sua correspondência secreta. (FAUSTO, 2012, p.92)

GIUSEPPE GARIBALDI
- Elite local/grandes produtores de charque (carne de sol);
- Mas o governo dava certa regalia para outras nações para poder comercializar o charque que tinha menos impostos, como Argentina e Uruguai;
- Insatisfação da elite com o governo;
DUQUE DE CAXIAS
- Essa elite é republicana;
- Formaram suas tropas farroupilhas;
- Prometeram aos escravos alistados nas tropas que conseguiriam a liberdade;
- Garibaldi e Davi Canabarro levam a guerra ao norte da província e assumem, por um tempo, o controle de Santa Catarina;
- 1838: proclamada a República de Piratini – presidência: Bento Gonçalves.

A posição do governo central foi entremeada de combates e concessões aos rebeldes. A liderança dos Farrapos era constituída de gente de elite e a região onde lutavam tinha para o Império grande importância estratégia. Por exemplo, em princípios de 1840 o governo cedeu a uma das principais exigências econômicas dos “farrapos”, decretando uma taxa de importação d 25% sobre a carne salgada vinda do Prata que concorria com a nacional. (FAUSTO, 2012, p.93)

- 1840: D. Pedro II é coroado;
- 1842: D. Pedro II nomeia DUQUE DE CAXIAS presidente e comandante de armas da província. “Ele combinou habilmente uma política de ataque militar e medidas de apaziguamento” (FAUSTO, 2012, p.93);
- TRATADO DE PONCHE VERDE: eles abaixariam as armas, as Repúblicas deixariam de existir e, em troca, eles não seriam punidos e o charque seria mais valorizado (mais imposto para o estrangeiro e menos imposto para o deles);
- 1845: Tratado assinado.

Afinal, em 1845, após acordos em separado com vários chefes rebeldes, Caxias e Canabarro assinaram a paz. Não era uma rendição incondicional. Foi concedida uma anistia geral aos revoltosos, os oficiais farroupilhas integraram-se, de acordo com suas patentes, ao Exército brasileiro, e o governo imperial assumiu as dívidas da República de Piratini. (FAUSTO, 2012, p.93)

BIBLIOGRAFIA
FAUSTO, Boris. História Concisa do Brasil.

PRADO JR, Caio. História econômica do Brasil.

Vídeo aula do CANAL PARABÓLICA

Vídeo aula do Professor Admilson Costa

FONTE DAS FOTOS UTILIZADAS

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PESQUISA & TEXTO | Raphael Paiva
(Criador do Blog | Professor de História e Inglês | Responsável pela Correção Ortográfica)

Contato: raphaelpaiva89@hotmail.com
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ARTIGOS DO AUTOR:
Artigo 01:

Artigo 02:

Artigo 03:

TCC:

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